No último domingo, 8, o atacante argentino Lionel Messi, em coletiva de imprensa, fez despedida emocionada do Barcelona, clube que o acolheu desde 2000, quando ele tinha apenas 13 anos, e foi a casa do jogador por 21 anos. Na Catalunha, Messi acumulou títulos, recordes e ganhou idolatria da torcida, que em ampla maioria o considera o maior atleta da história da agremiação.
Desde ontem, contudo, ele veste outra camisa. Lionel Messi foi anunciado oficialmente pelo PSG, da França, onde, juntamente com Neymar e Mbappé, formará um dos maiores trios de estrelas da história do futebol.
A saída do argentino do Barcelona, motivada por questões financeiras — apertado por regras de fair play financeiro, o time não tinha condição de pagar os salários do jogador —, não apaga a gloriosa história de Lionel com a camisa blaugrana. No Barça, ele se tornou o maior artilheiro (672 gols), o atleta com mais partidas (778 jogos), quem deu mais assistências (305 passes para gol), além de ter conquistado 35 títulos, a maior quantidade de um só desportista do clube catalão.
Dentre estas taças, estão quatro Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes e dez Campeonatos Espanhóis, em um currículo sem precedentes.
A maneira como aconteceu a saída de Messi do Barcelona, em meio a uma crise política e financeira da agremiação, enfraquece não só o clube da Catalunha, mas todo o futebol espanhol, que já foi o centro desse esporte no mundo. O início da década de 2010, com os duelos entre Cristiano Ronaldo e Messi, então em Real Madrid e Barça, respectivamente, eram o centro do mundo da bola.
Atualmente, com os gigantes espanhóis enfraquecidos, as atenções devem ser concentrar na Premier League, da Inglaterra, e na Serie A, da Itália, as duas ligas com maior quantidade de equipes com uma qualidade elevada de atuação. Coincidentemente, ou não, esses países decidiram a final da última edição da Eurocopa. E no PSG, claro.
Grande sonho de consumo dos investidores cataris, donos da equipe parisiense, a Liga dos Campeões terá no Paris Saint-Germain um competidor focado. O time, vice-campeão em 2020 e semifinalista em 2021, tem hegemonia local consolidada, apesar do surpreendente título do Lille na temporada passada, mas quer se provar uma força global.
Com o trio Messi, Neymar e Mbappé, além do goleiro italiano Gianluigi Donnarumma — craque da Euro-2020 —, do zagueiro espanhol Sergio Ramos — tetracampeão da Champions pelo Real Madrid, e dos remanescentes Marquinhos, Verrati, Di María etc, espera-se que o clube francês consiga feitos históricos. Mais que isso, o time comandado pelo argentino Mauricio Pochettino será cobrado a demonstrar um futebol que encante o público.
O trio MSN (Messi, Suárez e Neymar) do Barcelona e o BBC (Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo) do Real Madrid, referências da última década, os Galáticos do Real Madrid, com Ronaldo, Zidane e Figo, do início dos anos 2000, além do trio de holandeses do Milan no final dos anos 1980, Van Basten, Gullit e Rijkaard, são exemplos de reuniões de craques mundiais do esporte mais popular do mundo.
O novo camisa 30 do PSG, aos 34 anos e na perna final da carreira, terá algo totalmente novo em sua trajetória profissional, na qual vestirá a terceira camisa, após a do Barça e a da seleção argentina.
Messi e Barcelona, que por anos foram quase sinônimos, terão um desafio de mostrar que são mais que a parceria de sucesso. Será por certo estranho para muitos, especialmente para o próprio Lionel.