O sistema defensivo do Ceará é sólido, sendo o terceiro menos vazado da Série A. Com essa segurança, o técnico Guto Ferreira concentra as atenções no ataque para ir além na sequência invicta de 11 jogos. O setor ofensivo da equipe ainda busca o encaixe ideal para decolar em desempenho. Por enquanto, apenas Lima é unanimidade na frente. Peças importantes, como Vina e Mendoza, têm deixado a desejar na temporada.
Guto tem mesclado peças, dado oportunidades para outros jogadores, como caso de Rick, que tem galgado mais espaço na equipe, principalmente no segundo tempo. Atletas recém-chegados, Erick e Airton, devem ganhar mais minutagem em campo.
Na posição de centroavante, o escrete do Porangabuçu teve baixa considerável com a saída de Saulo Mineiro, que deixou o clube como artilheiro da temporada. Agora, restam apenas Jael e Cléber no plantel. A tendência, porém, é que a diretoria não traga mais reforços para o setor.
Além do encaixe de peças, o problema atual do setor ofensivo passa pela dinâmica em campo, que impacta na oscilação do rendimento. O Alvinegro tem se mostrado lento e previsível do meio para frente. Erros de passes ou precipitações na conclusão das jogadas têm atrapalhado.
A transição ofensiva, um dos principais conceitos de Guto que ajudou o Vovô na campanha histórica de 2020, ainda precisa de ajustes. O treinador alvinegro tem trabalhado e buscado alternativas, mas ainda não encontrou o encaixe ideal.
Para o duelo contra o Corinthians-SP, em São Paulo, Jael volta a ficar à disposição e briga pela titularidade com Cléber.
Contratado para ser o principal goleador da equipe em 2021, Jael ainda busca o melhor futebol. O atleta teve dificuldades para conseguir sequência como titular no time devido a lesões, infecção por Covid-19 e a longa punição devido à confusão na final do Nordestão.
Apesar do importante gol marcado na vitória sobre o Fortaleza, Cléber ainda não conseguiu manter a regularidade na temporada.
Sem Vina, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Guto pode testar Lima centralizado com a função de armador. Ele é o principal jogador do time atualmente e lidera as participações diretas em gols, seis no total, no Brasileirão.
Desta forma, Erick pode ganhar a primeira oportunidade como titular em uma das pontas. Com Mendoza em baixa, testar Rick na vaga do colombiano também é alternativa.
Para Thiago Minhoca, comentarista da Rádio O POVO CBN, o problema ofensivo no Ceará é geral e não passa apenas por uma mudança de peças. "De nada vai adiantar (mudança de centroavante) se o time não produz. O Ceará perde tempo (na transição). Quem consegue dar mais objetividade é o Lima. Você não vê o Vina fazer isso, o Mendoza. Guto precisa enxergar e cobrar. É preciso cobrar mais desses atletas. Do meio para trás, o Ceará está bem, mas ofensivamente o Guto precisa trabalhar mais.", analisou ele no episódio 168 do FutCast, podcast do O POVO sobre o futebol cearense (ouça abaixo).