Se teve um clube que esperou ansiosamente a atual janela de transferência do futebol brasileiro, foi o Fortaleza. Diante do foco da diretoria no mercado sul-americano e de países de outros continentes, a data de abertura do período, 1º de agosto, foi aguardado com bastante expectativa.
Antes mesmo de a janela abrir, o Leão já havia anunciado oficialmente as contratações de Edinho, que estava na Coreia do Sul, e do chileno Ángelo Henríquez, que veio da Universidad de Chile. Os dois passaram semanas apenas treinando no Centro de Excelências Alcides Santos e a expectativa do torcedor era que, com isso, os dois estreassem logo nos primeiros dias de agosto, após a regularização.
Nas duas partidas que o Fortaleza disputou em que ambos tinham condições de estrear, contra CRB-AL e Palmeiras, o técnico Juan Pablo Vojvoda não reservou nem aqueles minutos finais para promover a estreia dos dois. Questionado sobre o assunto, deixou claro que não há pressa nesse sentido.
"Eu utilizo os jogadores que considero apropriados para cada jogo. Edinho e Henríquez estão bem (fisicamente) para jogar, mas vão esperar seus momentos para poderem ajudar a equipe, como fazem o resto do jogadores do nosso time", disse o comandante tricolor, após a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil.
Com o Fortaleza bem encaixado e jogando em alto nível, não é difícil entender o porquê da falta de espaço até o momento. As peças que Vojvoda costuma utilizar têm dado conta do recado e passado a mensagem para os reforços de que será necessário muito empenho para achar espaço no time.
O chileno Henríquez, inclusive, parece que já entendeu. “A equipe tem muita entrega, jogadores tem muita qualidade técnica e sempre tem que dar tudo em campo, 100% em cada jogo, porque é o que pede o treinador e pela dificuldade do campeonato", comentou, ao ser apresentado oficialmente, nessa terça-feira, 10.
Ele acredita, no entanto, que possui as características necessárias para se adequar à proposta de jogo do Tricolor. “Gostei muito do estilo dos treinos e do jogo do time. Acho que posso encaixar bem, pois sou um jogador que tem mobilidade, que se doa e (...) gosto de buscar os espaços, tentar sempre (jogar) pra frente, ser profundo e estar perto da área para poder marcar gols", disse.
Edinho é de casa, mas Vojvoda não o conhece tanto quanto a diretoria. Veloz e driblador, o atacante tem potencial para galgar espaço no atual Fortaleza e acredita que o estilo de jogo proposto pelo argentino pode agregar ao futebol dele.
"Eu via pela televisão (o Fortaleza jogar), sou torcedor, assistia a todos os jogos. Vi um time com a gana de vencer, que quer ganhar a todo instante. Estou chegando agora, estamos conhecendo aos poucos (o trabalho de Vojvoda), mas eu tenho certeza que só tenho a ganhar com isso, no meu crescimento no futebol", acredita.
Domingo, 15, contra o Santos, no Castelão, os dois terão mais uma oportunidade de, enfim, estrear pelo Tricolor. Diferentemente do argentino Valentín Depietri, que também foi contratado na atual janela, mas ainda aguarda regularização. O atleta não trouxe toda a documentação necessária, quando chegou ao Pici, há duas semanas e a aptidão dele para jogar não é considerada urgência.
De fato, o Fortaleza tem conseguido ser bastante competitivo na Série A do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil mesmo sem usar todo o arsenal que possui. O Leão também é uma equipe que não perde muitos atletas por lesão ou suspensão — pelo menos até agora —, o que faz com que o leque de Vojvoda esteja sempre bem aberto.