A Paralimpíada de Tóquio terminou com uma cerimônia de encerramento bela e tocante, neste domingo. Daniel Dias foi o representante do Brasil, atuando como porta-bandeira e também sendo "empossado" como membro do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), cargo que ocupará até os Jogos de Paris-2024.
O tema da festa de Tóquio foi "cacofonia harmoniosa", ou seja, um caos organizado, como demonstrado nas diversas apresentações de música e dança. Também levou muito o tema "cidade em construção", contando com os porta-bandeiras das delegações para completar uma réplica da Sky Tree Tower, prédio mais alto de Tóquio, que integrou uma cidade de maquetes. Tóquio foi bastante representada nos vídeos. Próxima sede paralímpica, Paris apresentou dois vídeos e transmitiu ao vivo os cidadãos franceses celebrando.
O Brasil teve um desempenho memorável e terminou em sétimo no ranking de medalhas levando em conta o critério de que um ouro vale mais do que qualquer quantidade de pratas e uma prata vale mais do que qualquer quantidade de bronzes. Foi a melhor campanha brasileira na história dos Jogos. Ao todo, os brasileiros subiram ao pódio 72 vezes: 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. O país igualou o número de medalhas no Rio 2016, e superou a quantidade de vitórias em Londres 2012 - os brasileiros conquistaram 21 ouros na Inglaterra, até então marca insuperável.
"O Comitê Paralímpico Brasileiro celebra, além da maior campanha de todos os tempos, o atingimento de todas as metas, como de participação de mulheres, participação de atletas jovens, participação de atletas de classes baixas [atletas com as deficiências mais severas]. Aprendemos muitas lições que vamos colocá-las em prática nos três anos que restam até a próxima edição de Jogos Paralímpicos, em Paris 2024", disse Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de 5.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) contou com a participação de 259 atletas (incluindo atletas-guia, calheiros, goleiros e timoneiros).
A modalidade da qual o Brasil conquistou mais pódios foi no atletismo: oito ouros, nove pratas e 11 bronzes.
O Brasil também teve grande destaque na natação. Com 23 medalhas (oito ouros, cinco pratas e dez bronzes), o país superou seu melhor desempenho nas Paralimpíadas.
A edição dos Jogos no Japão marca a aposentadoria de Daniel Dias. O atleta se despede das piscinas sendo o maior atleta brasileiro da história dos Jogos. O nadador conquistou 27 medalhas, sendo 14 de ouro, desempenho geral impressionante.
O Brasil também conquistou algumas medalhas de ouro inéditas na competição, casos como Mariana D'Andrea, no halterofilismo, Alana Maldonado, no judô (categoria até 70kg). Além disso, a equipe de goalball brasileira foi outra a subir no lugar mais alto do pódio pela primeira vez.
O último brasileiro a medalhar na capital japonesa foi Alex Douglas da Silva, vice-campeão na maratona, neste sábado. (Das agências)