Há 20 dias à frente do Ceará, o técnico Tiago Nunes ainda não tem fixa uma base de equipe titular. Até lá, ele segue realizando testes para encontrar o time ideal que se encaixe em suas ideias de jogo. No empate por 0 a 0 diante do Santos, no último sábado, 18, o comandante promoveu três mudanças em relação a partida de estreia, na derrota por 2 a 0 contra o Grêmio: Mendoza, Lima e Fabinho deram lugar aos jovens Rick, Kelvyn e Geovane, três jogadores formados nas categorias de base do Alvinegro.
O trio entrou com o objetivo de qualificar a saída de bola, melhorar as construções ofensivas e dar maior intensidade para o Vovô, características que Nunes prioriza em suas equipes. Diante do Imortal, o Alvinegro pouco incomodou, finalizando apenas uma vez de forma correta durante toda a partida, já nos acréscimos da etapa final.
Contra o Peixe, o Ceará apresentou evolução, mesmo que tímida. Apesar de ainda demonstrar dificuldades em propor o jogo, o Alvinegro conseguiu criar mais. Foram 10 finalizações ao todo, sendo quatro delas na direção da meta defendida pelo goleiro santista. As estatísticas do texto todas de levantamento do site SofaScore.
Kelvyn foi o responsável por substituir Mendoza, cortado da partida devido um trauma no joelho direito, e atuou pela extrema esquerda do campo, como um ponta. Participativo nas construções ofensivas, ele tocou 54 vezes na bola e acertou 26 dos 37 passes que tentou (70%), sendo um deles considerado decisivo — quando gera uma finalização correta ao gol.
No momento em que o Vovô não tinha a bola, Kelvyn executava importante função na organização defensiva da equipe: marcação individual no atacante Marinho, principal jogador do Santos-SP. Ao impedir, durante boa parte do confronto, que o extremo santista tivesse espaço e criasse situações favoráveis ao Peixe, ele foi essencial defensivamente.
A segunda modificação de Tiago Nunes foi a entrada de Rick na vaga Lima, visando dar mais velocidade e também elevar o fator um contra um. Artilheiro do Ceará no Campeonato Brasileiro, com quatro gols, o atacante atuou por 59 minutos e não conseguiu ser impactante da mesma forma em que já foi em outros jogos.
A camisa 37 acertou 10 dos 17 passes que tentou (59%), finalizou uma vez em direção ao gol, realizou apenas dois dribles e perdeu a posse de bola 11 vezes. A pouca participação de Rick na partida tem ligação ainda com Gabriel Dias. Como o lateral-direito deu pouco apoio nas subidas ao ataque, o atacante passou a ficar isolado e sem muito espaço para jogar, facilitando a marcação do Santos.
Geovane foi a terceira mudança do comandante alvinegro. O jovem jogador de 22 anos entrou no lugar do experiente Fabinho com o intuito de dar mais qualidade na saída de bola do Vovô no campo de defesa. Ao lado de Fernando Sobral, o volante teve bons momentos e conseguiu cumprir bem a função designada por Tiago Nunes.
O camisa 21 permaneceu por 80 minutos em campo e acertou 35 dos 42 passes que tentou (83%), além de duas interceptações e três duelos terrestres vencidos. Outra característica importante que Geovane acrescentou à equipe foram as bolas longas. Apesar de estrear como titular na Série A, ele não se intimidou e teve personalidade para realizar bons lançamentos durante o jogo.
Para o duelo diante do lanterna da competição, a Chapecoense-SC, que acontece sábado, 25, às 17 horas, na Arena Castelão, Tiago Nunes deve manter a base que enfrentou o Santos, com exceção do zagueiro Messias, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. A única dúvida do treinador pode ser em relação ao lado direito. Rick, Erick e Lima brigam pela vaga.