Vina cresceu de produção sob o comando de Tiago Nunes e voltou a ser decisivo para o Ceará nesta reta final de Brasileirão. A sequência de quatro vitórias seguidas do Alvinegro no Castelão passa diretamente pelos pés do camisa 29. Ele marcou quatro gols, sendo dois no Clássico-Rei de quarta-feira, e uma assistência neste recorte, garantindo os 12 pontos possíveis e alavancando o Vovô na tabela. O time já bateu os 45 pontos para virtualmente zerar risco de rebaixamento e está na briga pela pré-Libertadores.
A evolução do meia no Vovô desde a chegada de Tiago Nunes é evidente. Mas por que Vina não conseguiu mais render com Guto Ferreira e cresceu de produção com a chegada do novo treinador? A resposta passa pela organização coletiva do Alvinegro.
O equilíbrio entre ataque e defesa é mérito de Tiago Nunes. Aos poucos, a equipe foi ganhando consistência de forma conjunta. Com a evolução, Vina pôde aflorar como protagonista do escrete do Porangabuçu.
O posicionamento do meia-atacante não sofreu grande alteração com a mudança de treinadores. Guto ajudou o paranaense de 30 anos a despontar, escalando-o como uma espécie de segundo atacante, com liberdade de pisar com frequência na área. Em 2020, ele fez a melhor temporada da carreira ao marcar 23 gols e dar 19 assistências.
A queda de produção do camisa 29 em parte da temporada 2021 passa pela desorganização da equipe como um todo. Os seguidos tropeços em Copa do Nordeste, Sul-Americana e Copa do Brasil foram minando a confiança do elenco e a capacidade de Guto ajustar o time. O Ceará perdeu intensidade, consistência defensiva e criação ofensiva.
No setor de ataque, o Alvinegro de "Gordiola" apresentava dificuldades de aproximação. Quando Vina recebia a bola, por exemplo, não havia tantas opções para dar sequência ao jogo. As triangulações ofensivas eram escassas na reta final do trabalho de Guto Ferreira.
O setor de ataque foi o primeiro a receber ajustes de Tiago Nunes. Com a aproximação entre os jogadores, o Vovô passou a ter um ataque mais envolvente.
Quando Vina recebe a bola, o atleta tem opções para dar sequência ao ataque. Entre as principais alternativas, o jogador pode buscar a tabela com Jael, que ganhou a titularidade e executa bem o pivô; o passe para Fernando Sobral, que ficou livre para subir como meia e ajudar na criação; ou o lançamento para infiltrações dos pontas.
O Vovô consegue chegar de forma organizada ao ataque e criar mais chances de gol. O volume ofensivo da equipe desabrochou. Desta forma, as oportunidades têm passado com frequência pelos pés de Vina, que mostrou poder de decisão.
O meia foi beneficiado não só pela evolução do ataque, mas também pela organização defensiva. Com marcação encaixada, o Ceará se aproveita de roubadas de bola para iniciar o contragolpe em velocidade. Em jogadas contra defesas desarrumadas, o talento de Vina tende a ser impulsionado.