A final da Copa Sul-Americana entre Athletico-PR e RB Bragantino-SP hoje, às 17 horas, no estádio Centenário, em Montevidéu (Uruguai), simboliza a consolidação de duas forças do futebol brasileiro. Diferentemente de outros clubes mais tradicionais, que estão envolvidos em graves crises financeiras e fracassos em campo, paranaenses e paulistas colhem os frutos de projetos bem estabelecidos.
Os finalistas não chegaram por acaso à decisão continental. O clube paranaense tem disputado finais relevantes nos últimos anos: já venceu o título da Sul-Americana em 2018, foi campeão da Copa do Brasil no ano seguinte e, em dezembro, disputará o bi da competição nacional, contra o Atlético-MG. A gestão do presidente Mario Celso Petraglia lidera um clube com situação financeira favorável e que investiu em um projeto a longo prazo, apostando no fortalecimento da infraestrutura e das divisões de base. Ainda no século XXI, o time teve ainda o título brasileiro em 2001 e o vice da Libertadores em 2005, que elevaram o patamar de um clube que não tem motivos para não ser considerado grande.
Com o time mais experiente da final, o Athletico tem em seu elenco atletas mais "rodados". São quatro jogadores campeões sul-americanos em 2018 no elenco: o goleiro Santos, os zagueiros Thiago Heleno e Zé Ivaldo, o lateral Márcio Azevedo, além do meia Nikão. O meio-campista é um dos principais nomes do Furacão no ano, com 10 gols e 12 assistências, e pode se despedir do clube ao fim da temporada. O goleiro campeão olímpico e o meia uruguaio Terans são outros destaques da equipe.
Quem comanda o time rubro-negro é o técnico Alberto Valentim, que desembarocu em Curitiba (PR) em outubro para substituir o português Antonio Oliveira com o Athletico-PR já classificado para a final.
Nas duas partidas entre as equipes no Brasileirão, os paranaenses venceram por 2 a 0 fora de casa, e a partida em Curitiba terminou empatada em 2 a 2.
Do outro lado da final, está um clube que se transformou drasticamente nos últimos anos. Turbinado pelo investimento financeiro de seu principal patrocinador, subiu à Série A em 2019, está na quarta posição do Brasileirão e sonha com seu primeiro título fora do país. Com projeto ambicioso, o clube projeta seguir disputando mais taças nos próximos anos.
O RB Bragantino é o resultado de um segundo projeto da Red Bull no país. A empresa de energético investiu em clubes da Alemanha, Áustria e Estados Unidos, e chegou ao Brasil em 2007, com o RB Brasil, que fracassou no período de oito anos.
Em 2019, a Red Bull foi atrás de um clube da Série B e fechou parceria com o Bragantino em um acordo em torno de R$ 45 milhões. Logo no primeiro ano, o Massa Bruta conseguiu o acesso à primeira divisão.
O programa do clube exige um futebol propositivo e aposta em grande investimento financeiro na contratação de jovens destaques do futebol sul-americano. Esse ano, foram mais de R$ 100 milhões em reforços.
Com a saída do destaque Claudinho ao Zenit, da Rússia, quem assumiu o protagonismo do Bragantino foi o meia cearense Artur, com sete gols e quatro assistências na Sul-Americana. Ele chegou ao clube ano passado e vive grande temporada, sendo decisivo: marcou 17 vezes e deu 14 passes para gol em 53 partidas.
O RB Bragantino divulgou que terá um novo centro de treinamento, com previsão de entrega para 2023, e quer transformar o estádio Nabib Abi Chedid em uma arena para cerca de 20 mil pessoas. Neste sábado, a casa do clube terá telões para receber até dois mil torcedores que queiram assistir à final da sul-americana.
Athletico-PR
3-4-3: Santos; Pedro Henrique, Hernández e Thiago Heleno; Marcinho, Erick (Christian), Cittadini e Abner; Nikão, Terans e Renato Kayzer. Técnico: Alberto Valentim.
RB Bragantino
4-3-3: Cleiton; Aderlan, Fabrício Bruno, Léo Ortiz e Edimar (Luan Cândido); Jadsom, Eric Ramires e Praxedes; Artur, Cuello (Helinho) e Ytalo. Técnico: Maurício Barbieri.
ÁRBITRO - Andrés Matonte (URU).
DATA - 20/11/2021
HORÁRIO - 17 horas
LOCAL - Estádio Centenário, em Montevidéu (URU)