O avanço da variante Ômicron e o temor por uma nova escalada de hospitalizações e mortes provocadas pela Covid-19 já produz impactos nas principais ligas de futebol europeias e em competições esportivas em Estados Unidos e Canadá, regiões onde a nova cepa do coronavírus foi identificada há mais tempo.
Principal liga de clubes do futebol europeu, a Premier League vive a situação mais delicada do Velho Continente até o momento. Com surto de contaminações nas delegações de pelo menos seis times, entre eles, gigantes como Manchester United e Liverpool, 12 partidas do Campeonato Inglês já foram adiadas e medidas mais restritivas voltaram a ser adotadas nos protocolos de segurança para os jogos. A primeira morte ligada àÔmicron foi no Reino Unido.
Além da Inglaterra, Itália e Portugal tiveram ao menos um jogo dos campeonatos nacionais adiados. No país ibérico, houve ainda um confronto interrompido. Com surto de Covid-19 no elenco, o Belenenses SAD enfrentou o Benfica com apenas 9 jogadores. A partida entre as equipes lisbonenses foi encerrada nos primeiros minutos do segundo tempo, quando o time da casa ficou com apenas seis jogadores em campo e era derrotada pelo time alvirrubro por 7 a 0.
Primeiro clube a sofrer com parte da delegação de atletas infectados com a nova variante na Inglaterra, o Tottenham foi a equipe mais afetada até o momento. Além dos dois jogos adiados no Campeonato Inglês, o time londrino não teve condições de entrar em campo para enfrentar o Rennes, da França, pela última rodada da fase de grupos da Liga Conferência, perdendo o confronto por WO (3 a 0). Na última segunda-feira, 20, a Uefa confirmou a eliminação dos Spurs da competição.
Mesmo com a disseminação da Ômicron em alguns países do continente, as ligas europeias resistem em interromper as competições e optam por medidas paliativas. A Alemanha, outro país bastante afetado pela nova variante, decidiu proibir a presença de público nos estádios na retomada dos jogos do Campeonato Alemão em 2022, prevista para r7 de janeiro. Já a Liga Espanhola lançou novo protocolo de segurança para partidas, com medidas de combate à Covid-19 mais rigorosas.
A manutenção do calendário de jogos foi criticada por Jordan Henderson, capitão do inglês Liverpool. Em entrevista à BBC Sport, o volante disse estar preocupado e reclamou que o bem-estar dos jogadores não está sendo levado em consideração nas decisões tomadas pela Liga.
Companheiro de time de Henderson nos Reds e goleiro da seleção brasileira, Alisson Becker ressaltou que quase todo o elenco do Liverpool está vacinado e mostrou-se favorável a manutenção dos jogos. "Nos sentimos seguros porque quase todo o elenco está vacinado. Isso é algo muito importante para nós. Mas é claro que essa é uma situação que não deixa ninguém confortável. Os números de caso estão crescendo, mas temos que seguir com o nosso trabalho, a vida não pode parar e não podemos viver com medo dessa situação", disse Becker à ESPN Brasil.
Em Estados Unidos e Canadá, o avanço da Ômicron também atinge outras modalidades esportivas. Com dezenas de atletas infectados com a nova variante, a NBA — principal liga de basquete norte-americana — já teve nove partidas adiadas e vive momento de incerteza. Nas vésperas da rodada de Natal, uma das datas mais aguardadas pelos torcedores, nomes como o de Kevin Durant, do Brooklyn Nets, e Luka Doncic, do Dallas Mavericks, podem ficar de fora. O caso mais emblemático até o momento é o do Chicago Bulls, que chegou a ter dez atletas afastados simultaneamente.
Já a NFL, liga de futebol americano, chegou a registrar 37 casos positivos entre os seus atletas em apenas um dia e já teve pelo menos quatro jogos adiados. Houve ainda equipes que não tiveram mudança nas datas das partidas, mas precisaram jogar desfalcadas.
Situação semelhante ocorre na NHL — liga de hóquei no gelo — que também teve partidas adiadas. Em comunicado divulgado no último domingo, 19, a Liga anunciou a suspensão de todos os jogos em que houvesse necessidade do cruzamento da fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Com a decisão, mais de 30 partidas já foram adiadas. Em outro trecho da nota, a entidade informou que avalia não liberar a participação de seus atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, na China, previstos para fevereiro de 2022.