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Muhammad Ali: 80 anos da lenda do boxe e ícone do orgulho racial
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Muhammad Ali: 80 anos da lenda do boxe e ícone do orgulho racial

Profissionalmente, foram 61 combates, dos quais 19 foram defendendo o título mundial. Foi uma das grandes vozes pelos direitos civis, seu talento e inteligência extrapolaram os ringues.
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Muhammad Ali nocauteia no primeiro round Sonny Liston. A luta foi em 1965, pelo título mundial.   (Foto:  Imagem reproduzida do perfil @MuhammadAli no twitter.)
Foto: Imagem reproduzida do perfil @MuhammadAli no twitter. Muhammad Ali nocauteia no primeiro round Sonny Liston. A luta foi em 1965, pelo título mundial.

Considerado um dos maiores lutadores de boxe de todos os tempos, Muhammad Ali rompeu as fronteiras do esporte e tornou-se símbolo de resistência à Guerra do Vietnã, luta por direitos humanos, combate ao racismo e paz. Nascido Cassius Marcellus Clay Júnior, em 17 de janeiro de 1942, a lenda faria hoje 80 anos. Mas vamos chamá-lo pelo nome que ele escolheu, afinal: “Cassius Clay é o nome de um escravo. Não foi escolhido por mim. Eu não o queria. Eu sou Muhammad Ali, um homem livre.”

O que fez do pugilista o desportista do século XX e ícone do orgulho racial para os afro-americanos não foi somente o desempenho espetacular no esporte, deve-se em grande parte a sua postura política e social fora dos ringues. Em um tempo onde não era comum e muito menos permitido esse tipo de conduta aos desportistas, principalmente ele sendo negro, Ali inverteu a lógica e, para começar, se negou a servir ao exército dos Estados Unidos (EUA) na Guerra do Vietnã. Como justificativa, a frase que ficou na história:

“Por que eles deveriam me pedir para colocar um uniforme, ir a dez mil milhas de casa e atirar bombas e balas nas pessoas marrons no Vietnã enquanto as pessoas chamadas de 'nigger' em Louisville são tratadas como cachorros e negadas de direitos humanos básicos”, declarou Muhammad Ali.

Muhammad Ali posando na frente da estátua Le Militant, N’Sele, Zaire.
Muhammad Ali posando na frente da estátua Le Militant, N’Sele, Zaire. (Foto: Imagem reproduzida do perfil @MuhammadAli no twitter)

 

As consequências dessa negativa vieram rapidamente, foi condenado a cinco anos de prisão, perdeu os cinturões de campeão mundial - na época ele era o atual vencedor dos pesos pesados e já havia defendido o título por nove vezes - e foi suspenso das lutas durante três anos. Em 1971, a prisão foi revogada por unanimidade na Suprema Corte. 

O período de suspensão veio exatamente quando seu desempenho estava em ascensão. Porém, nos três anos em que esteve afastado dos ringues, Muhammad Ali tornou-se uma das principais lideranças contra o racismo nos Estados Unidos, na verdade sua popularidade só aumentou e ele passou a viajar o país e o mundo defendendo as questões raciais, os pobres, muçulmanos e denunciando um sistema racista e excludente.

A voz de Ali só ecoou e acabou virando um ícone de orgulho racial e da geração da contracultura durante o Movimento dos Direitos Civis dos anos de 1960. Ele se tornou um porta-voz da igualdade racial, e é nesse período que começou a aproximação com Malcom X, um dos maiores líderes do movimento negro norte-americano. Na época, a segregação racial norte-americana dividia a sociedade, principalmente nos estados sulistas do país.

Em 1998, Ali foi nomeado Mensageiro da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) e viajou o mundo apoiando crianças e civis vítimas de conflitos e promovendo a reconciliação entre pessoas e nações. Antes disso, em 1970, esteve na ONU em campanha contra o apartheid e a injustiça racial.

Malcolm X e Muhammad Ali - Flickr.com
Malcolm X e Muhammad Ali - Flickr.com (Foto: Flickr.com)

 Expediente:

Edição DATADOC: Thays Lavor
Análise e Visualização de Dados: Alexandre Ramos
Recursos digitais: Roberto Araújo

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Edição DATADOC:Thays Lavor
Texto:Sérgio Falcão
Recurso Digitais:Alexandre Ramos e Roberto Araújo
Coleta e Visualização de Dados:Alexandre Ramos e Thays Lavor

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