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Tiago Nunes mira títulos expressivos pelo Ceará
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Tiago Nunes mira títulos expressivos pelo Ceará

Em entrevista exclusiva ao O POVO, treinador revela metas no Ceará em 2022 e fala sobre necessidade de reforços para o elenco
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02.2022: Tiago Nunes, Tecnico do Ceara, da entrevista ao Jornal O POVO excliva falnado do clube, contrataçōes e equipe. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO) (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02.2022: Tiago Nunes, Tecnico do Ceara, da entrevista ao Jornal O POVO excliva falnado do clube, contrataçōes e equipe. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

O técnico Tiago Nunes conversou ontem, com exclusividade, com O POVO. O treinador falou sobre o ciclo de contratações, o elenco atual da equipe, as metas do clube em 2022 e as possibilidades de títulos expressivos na temporada.

O POVO: Como você avalia o elenco atual e a necessidade de contratações, como um camisa 9? Você ainda quer mais reforços?

Tiago Nunes - Perguntar ao treinador se precisa de mais jogadores é como perguntar para criança se quer doce. Você sempre vai querer mais jogadores. Quanto mais qualificado o grupo for mais fácil o processo de gestão, de elevar o nível competitivo e maior a sua chance de resultado desportivo dentro do clube. Tenho que ter a compreensão das limitações financeiras e estruturais que o clube tem. Estamos alinhados com o clube e a direção. Muitas vezes não é o que o torcedor gostaria de ouvir. O torcedor quer reforços, sempre sonha com mais jogadores, nomes de impactos. Mas acredito muito no aspecto coletivo que faça com que a equipe se desenvolva. As potencialidades e individualidades aparecem através do time, do coletivo. Sim, quero mais reforços. Todo treinador do Brasil quer, mas entendo as limitações. Caso não venham, estou preparado e satisfeito para trabalhar com o grupo que temos, porque é um grupo qualificado e competitivo.

O POVO: Quais as suas metas com o Ceará em 2022?

Tiago Nunes - Um dos principais objetivos é de que a gente possa deixar o Ceará melhor do que encontramos. É a tônica da instituição crescendo ano a ano. As metas têm que ser do que pode ser alcançado. Não pode criar a ilusão no torcedor, nem criar expectativa. Acredito que o Ceará pode competir forte em torneio de tiro curto, mata-mata. Tem o fator local, temos uma forte equipe, competitiva. Talvez sofra um pouco mais no Brasileiro, competição de longo prazo, ou quando as competições acumularem. A gente tem a responsabilidade de no Estadual estar na final disputando com nosso rival, provavelmente, e de buscar a final da Copa do Nordeste porque tem sido a tônica nos últimos dois anos. Na Copa do Brasil e na Sul-Americana, é tentar fazer aquilo que não foi feito ainda, buscar títulos, chegar o mais longe possível, sendo efetivos nas competições. No Brasileiro, é fazer os 45 pontos e, a partir daí, sonhar. Nos últimos dois anos, foi a 11ª colocação. Quem sabe confirmar mais uma vez a vaga na Sul-Americana, que isso se torne rotina, e sonhar um pouco mais alto com Libertadores. Tudo isso é passo a passo.

O POVO: Você já foi campeão da Sul-Americana. Como você avalia o Ceará em termos de possibilidade de chegar a uma final e brigar por título na competição?

Tiago Nunes - Eu penso que podemos sonhar (na Sul-Americana). É uma competição dura. Eu sou sonhador, penso nisso. Acredito que podemos competir. Já ganhei, sei o sabor de como é ganhar uma competição como essa. A última final foi entre dois brasileiros que não eram favoritos no início da competição. Podemos sonhar. Primeiro objetivo é passar da primeira fase. Depois que entra no mata-mata depende muito da nossa arquibancada e do nosso rendimento em campo.

O POVO: Como você conseguiu potencializar jogadores que oscilaram na temporada antes da sua chegada, como Vina e Mendoza?

Tiago Nunes - O treinador tem o papel fundamental de gerar confiança nos atletas, de eles terem a capacidade de errar. Quando você fala em ações ofensivas, são ações de exposição, tem que se expor mais, tentar mais. Quando mais tenta, maior a chance de errar. Quando o atleta erra é preciso o apoio. O Mendoza, que você citou, ontem, questionei a ele, em tom de brincadeira, quantos gols ele tinha feito na temporada passada. Ele me falou quatro. Nessa temporada, ele já tem três, contando com nosso jogo amistoso. Isso é sinal de que está engajado, tentando superar as próprias marcas. Foi um atleta que em determinado momento da temporada foi vaiado em todo o estádio. O Vina mesmo foi muito cobrado em alguns momentos, mas é um atleta importante para a nossa equipe, assim como os outros jogadores. Nossa primeira fase de construção, através do Richard, o João Ricardo, os zagueiros tentando achar mais o passe, propor um pouco mais. São ações coletivas que passam pela individualidade. A gente tem que tentar contribuir diariamente. O segredo é não se agarrar em status, nem em ações preconcebidas, de atleta que não pode jogar assim e assado. Temos que estimular ao máximo os jogadores, pensar fora da caixa. A nossa relação com os atletas é muito direta, verdadeira. Quando se tem relação direta a confiança chega, as coisas fluem de maneira natural.

Com Horácio Neto

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