Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, e Veridiano Pinheiro, diretor do Ceará, posicionaram-se contra o fechamento da Arena Castelão neste momento da temporada. A decisão dos representantes do Leão e do Vovô foi informada ao Governo do Estado, por meio das secretarias correspondentes, em uma reunião realizada na tarde de ontem.
O encontro teve como finalidade discutir a paralisação das atividades no Gigante da Boa Vista para a reforma do campo, que tem sofrido com a quantidade de jogos desde a última temporada. A proposta, entretanto, não foi bem vista pelos clubes, principalmente diante do cenário atual, em que possuem mais de 40 mil sócios torcedores cada — grande parte com planos que garantem entrada nos jogos — e estão em momentos decisivos em diferentes campeonatos, como Libertadores, Sul-Americana, Copa do Brasil e Série A.
“Não pode parar, não tem como parar o Castelão agora. Dois confrontos históricos em competições sul-americanas, dois jogos da Copa do Brasil que vai estar lotado, os dois times na Série A. O que temos que fazer é a compreensão de ambas as partes. Eu entendo que o governo do estado não tem culpa. Mas o que pode ser melhorado, a nível de manutenção? Parar para trocar (o gramado) não tem como. O apelo que se coloca é: o que pode ser feito a nível de manutenção?”, enfatizou Paz.
Outro empecilho argumentado é a incapacidade do estádio Presidente Vargas, que, mesmo reformado, só possui capacidade para receber 10 mil pessoas na arquibancada atualmente. “Não temos a mínima condição de colocar um jogo, qualquer que seja, de Fortaleza e Ceará no PV. Hoje, está autorizado a receber 10 mil pessoas. Temos que pedir e implorar ao Governo do Estado para nos ajudar nessa situação”, disse Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), ao defender que a reforma do Castelão seja feita somente no fim de 2022.
Na reunião, Quintino Vieira, Superintendente de Obras Públicas do Ceará, afirmou que o governo possui, desde novembro de 2021, um contrato de licitação para a troca imediata do gramado do Castelão para o mesmo utilizado na Arena Romeirão, em Juazeiro do Norte, mas as cúpulas do Alvinegro e do Tricolor, no início deste ano, pediram que a obra fosse adiada.
Assim como solicitado anteriormente, a proposta feita pelos clubes se mantém no adiamento da reforma do campo da praça esportiva para o fim da temporada e, entre os jogos, realizar manutenções para diminuir o desgaste do campo. O pedido será entregue para a governadora Izolda Cela, que é quem decidirá sobre a interdição ou não do estádio. A vontade de Ceará e Fortaleza deve pesar no veredito.
“A Arena Castelão atende o tamanho que os dois clubes da capital chegaram. Hoje ficaria inviável jogar em qualquer outra praça esportiva que não fosse aqui. O ponto principal da reunião foi que houve consenso de saber que temos que buscar uma solução para levantar esse gramado até o final do ano, para aí sim, ele dar uma parada e fazer 100% da recuperação do gramado para 2023”, afirmou Veridiano.