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"O bastidor do futebol brasileiro tem que ser contado", diz Juca Kfouri ao Grandes Nomes
Esportes

"O bastidor do futebol brasileiro tem que ser contado", diz Juca Kfouri ao Grandes Nomes

Jornalista esportivo Juca Kfouri participou do projeto Grandes Nomes do Grupo de Comunicação O POVO, ontem, e falou sobre a cobertura esportiva e outros assuntos
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Juca Kfouri sonha com mudanças no esporte brasileiro (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Juca Kfouri sonha com mudanças no esporte brasileiro

"A manchete que eu mais gostaria de dar é que acabou a fome no Brasil. E no esporte: O Brasil é, finalmente, um país poliesportivo".

Foi o que respondeu o jornalista Juca Kfouri, ao ser questionado sobre o maior sonho, na entrevista concedida ao projeto Grandes Nomes, do Grupo de Comunicação O POVO, exibida ontem, nas redes sociais do O POVO e Rádio O POVO CBN.

A frase resume bem o estilo do profissional que cursou ciências sociais com o intuito de escrever uma tese para rebater a ideia de que o esporte bretão é o ópio do povo. “Queria mostrar que o futebol era fator de mobilização social e não de alienação", contou.

A tese nunca foi escrita, mas Juca levou seu olhar político e social para a cobertura esportiva e com ele aborda temas que extrapolam as linhas do gramado, com bastante senso crítico. "O torcedor, cidadão, tem o direito de saber o que acontece nos bastidores do clube dele. E o jornalista tem obrigação de contar [...] independentemente de continuar tratando do gol, do passe, da lesão. O bastidor precisa ser contado", disse.

Kfouri desvendou a máfia da loteria esportiva, em 1982, em reportagem para a revista Placar. Com essa linha, o jornalista é crítico de coberturas “engraçadinhas” nos programas esportivos. Apesar de reconhecer que quando a bola rola o futebol é entretenimento, ele defende que depois que a bola para, há como separar o que tem de informação daquele evento.

"O bastidor do futebol brasileiro não é muito diferente da política brasileira, do empresário que trabalha no Brasil. Escândalos há em todas as partes, em todos os setores e é preciso contá-los para que haja uma depuração, para que a gente saia do estágio de corrupção", defende.

Corintiano desde 1955, quando, próximo de completar cinco anos, viu pela TV o Timão faturar o Campeonato Paulista do quarto centenário da cidade de São Paulo, Juca entende que os clubes precisam assumir o controle do Campeonato Brasileiro, mas confessa não ter esperança que os dirigentes se entendam para criar uma liga.

Sobre a seleção brasileira, o jornalista entende que há um distanciamento da população atualmente, pelo fato dos principais jogadores atuarem fora do país. Ele recordou um período em que havia discussão porque o convocado foi o centroavante do Flamengo e não o do Vasco, enquanto hoje fica entre um jogador que atua no Bayern ou no Manchester City, por exemplo.

Mesmo assim, Kfouri vê o Brasil com chances de brigar por título na Copa do Mundo do Catar, no fim do ano, apesar de apostar em outras seleções.

"O Brasil sempre vai para qualquer Copa do Mundo como um dos favoritos, agora, se perguntar, se fosse hoje, eu diria que a grande favorita é a Argentina. Daqui a seis meses, imagino que a grande favorita voltará a ser a França”.

Comentarista dos canais ESPN e blogueiro do UOL, Juca Kfouri afirma que, além do Corinthians, torce bastante para os clubes do Nordeste por “uma questão de justiça, de necessidade e democratização do futebol brasileiro”. Ele elogiou os trabalhos de Ceará e Fortaleza e torce para que os clubes da região não apenas disputem a Série A do Brasileiro, mas que tenham chance de ser campeão.

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