Com mais duas semanas de janela de transferências aberta no futebol brasileiro e chegada de seis reforços, o Fortaleza já conseguiu apresentar mudanças no time, a começar pelo sistema de jogo. Com a saída de Yago Pikachu, o Leão precisava encontrar uma alternativa ao 3-5-2 que consagrou o trabalho de Vojvoda, já que o próprio técnico afirmara que a substituição do ala não seria feita por um atleta em específico.
Depois de alguns testes sem sucesso enquanto aguardava a regularização de reforços, o comandante tricolor optou por formar uma primeira linha com quatro jogadores, e o também argentino Emanuel Brítez encaixou bem pela lateral-direita. Na primeira partida, ele até jogou como zagueiro, mas já na segunda etapa foi deslocado para a lateral e dominou a posição. Ele é o único dos reforços que atuou nos quatro jogos até aqui por 90 minutos em todos.
O reflexo foi uma melhoria do Leão na defesa. Apesar do sistema defensivo não se concentrar apenas na primeira linha, desde as mudanças foram duas partidas sem sofrer gols e a média é inferior a um tento por jogo. E se a primeira impressão é a que fica, Brítez ainda marcou um gol na estreia.
O volante Lucas Sasha e o atacante Thiago Galhardo também estiveram em campo nas quatro partidas. O primeiro se entrosou melhor, tanto que foi titular e jogou o tempo todo nas últimas duas partidas. Apesar de não ter chamado tanta atenção, vem cumprindo bem a função no meio de campo, principalmente na questão de marcação. Já o ex-Internacional ainda deve na parte ofensiva. Ele até conseguiu acertar alguns passes para finalização, mas não se mostrou como a solução rápida que o clube buscava para o ataque.
Fabrício Baiano e Otero ainda não atuaram tantos minutos para que se possa fazer as primeiras cobranças. No caso do volante, principalmente, porque tem entrado aberto pela direita, quase como um ponta. Nessa função alternativa, o jogador que veio do futebol turco não conseguiu mostrar as principais valências que possui para além do comprometimento.
Otero não completou sequer 45 minutos em duas vezes que saiu do banco de reservas, mas deixou uma boa impressão na torcida quando participou do segundo tempo do duelo contra o Fluminense, pela Copa do Brasil. O meia conseguiu ajudar diretamente na criação ofensiva do Leão, mas na partida seguinte teve menos tempo ainda para atuar, mantendo a expectativa pelo que ele pode apresentar mais.
É fato que o Fortaleza ainda sente a transição de um consolidado 3-5-2 para um 4-4-2 ou 4-2-3-1, mas nesse processo, pelo menos Brítez e Sasha estão melhor encaixados e Galhardo parece precisar de um polimento. Otero e Fabrício ainda precisam encontrar espaço e um meio campo disputado. Para o segundo, inclusive, com o retorno de Tinga, em breve, atuar pela direita pode até deixar de ser uma opção.
Quanto a Luan Polli, goleiro contratado na semana passada, chega para disputar uma vaga ainda aberta. Tendo tomado apenas um gol nos quatro últimos jogos que fez e especialmente pela atuação diante do Cuiabá, Fernando Miguel parece ter novamente a preferência da comissão técnica, mas a julgar pelo critério que Vojvoda vem utilizando desde que chegou no Fortaleza, uma nova falha pode abrir espaço para o recém-contratado e a um novo período de teste se iniciar.