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Pai e filho, times à parte: a rivalidade entre Ceará e Fortaleza em família
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Pai e filho, times à parte: a rivalidade entre Ceará e Fortaleza em família

O Clássico-Rei de hoje, em pleno Dia dos Pais, irá agitar a casa de Eduardo Annes e Dudu, que são pai e filho e torcem para times diferentes: um é Ceará, o outro é Fortaleza
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Eduardo Annes (esq.) e Dudu (dir.) torcem para times rivais (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Eduardo Annes (esq.) e Dudu (dir.) torcem para times rivais

O amor pelo futebol pode ser nutrido de diversas maneiras. Entre elas, há a paixão fraterna passada de pai para filho, sentimento que muitas vezes transcende gerações. É o caso de Eduardo Annes, torcedor do Ceará, que, desde o nascimento do filho, tenta convencê-lo a seguir seus passos como alvinegro, mas a missão não foi bem-sucedida.

O jovem de 22 anos, que também se chama Eduardo, preferiu seguir o lado contrário e escolheu o Fortaleza como clube de coração. Hoje, ambos estarão lado a lado para um misto de emoções: celebrar o Dia dos Pais e assistir juntos ao último Clássico-Rei de 2022, válido pelo Brasileirão.

Eduardo Annes, que não nasceu na capital cearense e sim em Recife (PE), sempre foi um torcedor assíduo do Alvinegro de Porangabuçu. Com a chegada do seu filho, em abril de 2000, Eduardo pôde realizar o sonho de se tornar pai. Naturalmente, a expectativa do autônomo, hoje com 57 anos, era de que o primogênito fosse mais um torcedor do Ceará no mundo.

“O dia mais feliz da minha vida. Ele era muito desejado por nós, um sonho realizado. É uma pessoa de muita personalidade, inclusive eu acho que ele nasceu já torcedor do Fortaleza. Como eu era representante comercial na época e precisava viajar com frequência, não tivemos muitos momentos de irmos para o estádio juntos. Acabou que ele sempre foi incentivado pelos primos, todos torcedores do Fortaleza”, relembrou.

No processo para tentar desvincular Dudu — como é apelidado — das cores vermelho-azul-e-branco, o pai disse que chegou a comprar camisas do Ceará para levá-lo ao Castelão, mas que desistiu após o garoto chorar e se negar a ir. “Passamos a curtir essa rivalidade sadia e divertida. Assistimos os jogos juntos fazendo um churrasco e tirando onda com a cara de quem perde, mas, acima de tudo, minha maior paixão é meu filho”, enfatizou.

A perspectiva tricolor

Além de toda a influência dos primos, outra coisa que fez Dudu se apaixonar pelo Fortaleza foi a torcida. O administrador, inclusive, confessou que o pai costuma ir com ele, a mãe e um grupo de amigos assistir aos jogos do Tricolor do Pici no estádio com a missão de “secar”, mas que a estratégia não costuma dar certo.

“Meu pai fala que vai para secar o Fortaleza, mas o Leão sempre ganha, então a gente sempre faz questão que ele vá. Acho que, na real, o coração dele é tricolor e não vira a casaca pra não dar o braço a torcer”, brincou.

Neste domingo, como é de costume sempre em dias de Clássico-Rei, as provocações dentro de casa começam logo pela manhã, assim como a tensão e o nervosismo pelo jogo. “Na grande maioria das vezes assistimos Ceará x Fortaleza juntos com os amigos, sempre fazendo brincadeiras um com o outro“, contou.

Em paralelo à rivalidade saudável do futebol, Dudu não poupou elogios a Eduardo. “Meu pai representa orgulho, ele é o melhor pai do mundo, ele é exemplo de pai, de esposo e de amigo. Admiro seu jeito de ser, cuida e ama nossa família incondicionalmente”, declarou.

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