A paratleta cearense Gabriela de Mesquita Brilhante vem se destacando no esporte. Na etapa regional das Paralimpíadas Escolares 2022, realizada entre 24 e 26 de agosto, em Natal (RN), a estudante de 15 anos conquistou cinco medalhas, sendo duas de ouro e três de prata na natação. Com os resultados, ela está classificada para disputar a etapa nacional, que acontece no mês de novembro, em São Paulo.
Estudante da escola SESI/SENAI da Parangaba, Gabriela tem um grande currículo de vitórias. Na etapa regional desta edição das Paralimpíadas Escolares, a cearense foi campeã nas categorias 100m peito e 200m medley. Ela faturou a prata nos 50m e 100m livre, além dos 100m costa.
A jovem paratleta cearense é portadora de uma deficiência chamada agenesia transversal de membros superiores. Uma condição física que acontece ainda na formação do embrião, durante a gestação. Com isso, Gabriela nasceu sem parte do antebraço esquerdo.
Ao O POVO, Júlia Mesquita, mãe de Gabriela, frisou a emoção pelas conquistas da jovem. “Como mãe me sinto muito feliz e orgulhosa com as vitórias da Gabriela na natação. Lembro que ao receber a notícia que ela teria nascido com uma deficiência, me vieram muitos medos, as limitações, o preconceito, as perspectivas. Eu não poderia permitir que isso se tornasse realidade”, ressaltou.
Gabriela comemorou os resultados na etapa regional e falou sobre a preparação para competir em São Paulo, na etapa nacional. “Estou muito feliz porque passei para a etapa nacional. Sei que nesta será mais difícil, pois irei competir com os melhores atletas de cada estado. Mas treinarei bastante para trazer mais medalhas para a minha escola e o estado do Ceará, assim como foi nas etapas anteriores”, reforçou.
Júlia Mesquita ressaltou que a filha tem treinado bastante para a etapa nacional da competição. “Gabi continua se dedicando e treinando muito para trazer novas conquistas para a sua escola e o nosso Estado”, disse.
Gabriela é estudante do 1º ano do Ensino Médio. A mãe da jovem conta que, em 2012, conheceu o projeto NADAR e a técnica Heloisa Stangier, que tem uma vida dedicada ao trabalho de natação com os paratletas.
“A Gabi chegou a fazer natação entre os 5 e 6 anos de idade. A rotina de trabalho e a distância do projeto nos fez desistir naquele momento da natação. Logo em seguida, Gabi iniciou na companhia de dança do colégio Maria Ester fazendo jazz, outra paixão da vida dela, lá participava de festivais e competições. Em 2021 tivemos a oportunidade de retornar à natação, fazendo parte da Associação Deficiência Superando Limites (ADESUL), que atende paratletas em várias modalidades esportivas”, conta Júlia.
Gabriela atualmente treina no Náutico Atlético Cearense, com atividades de aproximadamente duas horas por dia, de segunda a sábado.