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Com jogo morno, torcedores curtem arquitetura e gastronomia na badalada noite catari
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Com jogo morno, torcedores curtem arquitetura e gastronomia na badalada noite catari

Centro comercial é o local preferido dos turistas para assistir aos jogos da Copa e conta com longas filas de espera para um lugar à mesa
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Turistas em Souq Wakif, mercado de Doha que virou ponto de encontro de torcedores na Copa do Mundo (Foto: Victor Pereira/Especial para O POVO)
Foto: Victor Pereira/Especial para O POVO Turistas em Souq Wakif, mercado de Doha que virou ponto de encontro de torcedores na Copa do Mundo

Correspondente O POVO na Copa do Mundo do Catar 2022

Ao desembarcar em Doha, capital do Catar, você certamente ouvirá falar neste nome: Souq Wakif. É o point mais procurado por turistas e, durante a Copa do Mundo, tem se tornado o grande local de encontro de torcedores de todas as seleções.

Ontem, por exemplo, durante a visita da reportagem, o empate sem gols entre Inglaterra e Estados Unidos se tornou coadjuvante diante de um verdadeiro espetáculo promovido por torcedores de diversos locais do mundo.

Antes de prosseguir, uma contextualização: "Souq" é como são chamados os grandes e tradicionais mercados em boa parte das cidades árabes. "Waqif" significa "em pé" em árabe e se refere à forma como os comerciantes trabalhavam até a década de 1970.

Em pé porque era muito comum o local ficar inundado, uma vez que as águas do Golfo Pérsico chegavam até lá, antes da construção de um calçadão beira-mar, hoje chamado de Corniche.

Ao chegarmos no Souq Wakif, a sensação é de um teletransporte automático para cenários que estamos acostumados a ver, principalmente, em filmes bíblicos. A cor bege das paredes de barro e vigas de madeira expostas dão o tom rústico ao mercado e, quando chega a noite e as luzes se acendem, o local ganha cores das mais diversas e visitantes em grande escala.

O fluxo de torcedores é impressionante. Desde família com idosos e crianças para uma programação mais leve, como um simples jantar, até jovens fantasiados e pintados com as cores do seu país enlouquecidamente agitados entoando cânticos de futebol.

Nas ruas do Souq, é possível encontrar de tudo: artesanato, souvenires, tecidos, ouro e, principalmente, gastronomia dos principais países árabes. Quem é indeciso certamente terá uma boa dor de cabeç’. A cada passo, um restaurante de um país diferente. O que há em comum em quase todos é as longas filas de espera e a luta por uma mesa.

A maioria das pessoas prefere ficar no terraço, uma área externa e ao ar livre. Desta forma, é possível, além de desfrutar dos pratos e ter um agradável jantar, também assistir ao espetáculo proporcionado pelas torcidas.

É um momento em que é possível encontrar grupos de marroquinos chacoalhando bandeiras e cantando em uníssono; argentinos desfilando com um bandeirão, batucadas, sinalizadores e fazendo um ‘esquenta’ para a partida decisiva deste sábado (26) contra o México; e até brasileiros em uma roda de samba, em frente ao Damasca One, o restaurante sírio mais famoso do local.

“Cara, é um local extraordinário. A cultura árabe está bem presente aqui. É muito belo, uma riqueza de detalhes culturais e uma miscigenação de povos que só a Copa do Mundo proporciona”, disse o empresário paulista Rodrigo Ceregatti, enquanto outros 15 amigos batucavam e cantavam "Isto aqui é o que?", de João Gilberto, atraindo admiradores que tiravam fotos e registravam o momento em vídeos.

“Em um espaço que não é tão grande, muita história e, atravessando coisa de 5 metros, você come de tudo. O homus, até agora, sem dúvida nenhuma, com aquela carne moída e especiarias, é a melhor comida”, sugeriu Ceregatti.

E convenceu. A reportagem se determinou a seguir a dica do empresário de Campinas (SP), mas não foi fácil. Foi difícil encontrar um restaurante sem fila de espera.

Encontramos um lugar no Layali Alqahira, um restaurante egípcio, que servia de entrada o famoso homus com pães asmos e, de prato principal, um Shish Kebab, que nada mais é do que um churrasquinho de carne de cordeiro, com especiarias árabes, acompanhado de batata frita e um refrigerante ao preço total de QR 70,00 (algo em torno de R$ 105), que é, de fato, o valor médio de uma refeição em Doha.

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