Sem conseguir marcar em um jogo vibrante, a "ótima geração belga" se despediu ontem da Copa do Mundo com um empate em 0 a 0 com a Croácia, que se classificou para as oitavas de final como segunda colocada do Grupo F.
No estádio Ahmad Bin Ali Stadium, diante de 44 mil espectadores, a derrocada da geração de ouro da Bélgica se resumiu no fato de seu maior símbolo, Eden Hazard, ter acompanhado a eliminação do banco de reservas, entrando só aos 42 minutos do segundo tempo.
Aclamado desde o aquecimento, seu companheiro de Real Madrid, Luka Modric, mostrou que a Croácia, atual vice-campeã mundial, promete dar trabalho no Catar. Nas oitavas de final, os croatas enfrentarão o Japão, na próxima segunda-feira, 5, às 12 horas (de Brasília).
"Estamos muito felizes por estarmos nas oitavas de final. Pelo nosso jogo, merecemos", comemorou Modric, em entrevista ao canal HRT. "Fizemos um bom jogo, com momentos complicados porque jogamos contra um grande time (...) Mostramos que somos uma equipe muito boa, que podemos jogar contra qualquer um", acrescentou o meia croata.
A Bélgica, que na Copa da Rússia terminou em terceiro, deixa de forma prematura o Mundial, numa semana em que seus líderes não mostraram harmonia e seu jogo não fluiu.
O duelo começou aberto. Com apenas dez segundos de jogo, Perisic recebeu na entrada da área e após um drible soltou uma bomba que foi desviada.
Depois de precisar de alguns minutos para se acalmar, a Bélgica respondeu com duas chegadas. Carrasco teve um chute travado na pequena área e Mertens mandou por cima após receber passe açucarado de Kevin De Bruyne.
Na sequência, o rumo do jogo poderia ter mudado em uma jogada que o juiz marcou pênalti, após pisão de Carrasco em Karamaric dentro da área. Modric se preparava para a cobrança quando o VAR pediu revisão ao árbitro, que, depois de consultar o monitor, anotou impedimento no início do lance.
Os Diabos Vermelhos tinham uma "vida extra" e, ainda assim, como nos jogos anteriores, mostraram suas limitações: um time previsível e incapaz de quebrar a organizada linha defensiva croata.
A outrora dinâmica equipe belga perdeu a sua essência no Catar, dependendo de lampejos de De Bruyne e Carrasco. No ataque, a Croácia exibia concentração e boa movimentação, com um jogo em harmonia. O time terminou o primeiro tempo com uma finalização desviada do lateral Josip Juranovic.
O técnico da Bélgica, Roberto Martínez, queimou seu último cartucho ao colocar depois do intervalo o atacante Lukaku, que não tinha sido titular no torneio devido a uma lesão muscular.
Seu impacto foi imediato. Logo aos 34 minutos, Lukaku deu trabalho para o goleiro Dominik Livakovic em uma cabeçada. Dez minutos depois, perdeu chance incrível em rebote na área ao acertar a trave. Mais tarde, com o goleiro croata batido no lance, mandou uma cabeçada por cima.
Courtois também teve trabalho para parar os croatas. Aos cinco minutos do segundo tempo, Kovacic chutou forte, e o goleiro belga fez grande defesa em seu 100º jogo pela seleção. Courtois continuou mostrando reflexos em lances contra Brozovic e Modric.
Na reta final, a Bélgica foi para cima. Lukaku continuou seu calvário e perdeu a chance mais clara do jogo a menos de dois metros da linha do gol. Foi a sentença dos Diabos Vermelhos. "Lukaku teve chances, mas não foi só culpa sua", declarou, depois da partida, o atacante belga Jeremy Doku.
Croácia
4-3-3: Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa; Modric, Brozovic e Kovacic (Majer); Kramaric (Pasalic), Livaja (Petkovic) e Ivan Perisic. Téc: Slatko Dalic
Bélgica
3-4-3: Courtois; Dendoncker (Tielemans), Alderweireld e Vertonghen; Meunier (Eden Hazard), Witsel, De Bruyne e Castagne; Trossard (Thorgan Hazard), Carrasco (Doku) e Mertens (Lukaku). Téc: Roberto Martínez
Local: Estádio Ahmad Bin Ali, em Al-Rayyan-CAT
Data: 1º/12/2022
Árbitro: Anthony Taylor-ING
Assistentes: Gary Beswick-ING e Adam Nunn-ING
VAR: Istvan Kovacs-ROM
Cartão amarelo: Dendoncker (BEL)