Fernando Santos deixou o comando da seleção de Portugal, anunciou ontem a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), cinco dias depois da eliminação da equipe nas quartas de final da Copa do Mundo.
As duas partes chegaram a um acordo para "dar por terminado o percurso de grande sucesso iniciado em setembro de 2014", informou a FPF, cuja direção "iniciará agora o processo de escolha do próximo selecionador nacional".
"Saio com enorme sentimento de gratidão. Quando se lideram grupos, tem que se tomar algumas decisões difíceis. É normal que nem todos fiquem contentes com as escolhas que eu fiz", disse Fernando Santos em um vídeo publicado no site da Federação.
O treinador português, de 68 anos, tinha afirmado no último sábado, 10, a respeito da eliminação do Mundial (derrota por 1 a 0 para o Marrocos), que não planejava se demitir, mas segundo a imprensa local, a FPF já desejava encerrar seu contrato, que iria até a Eurocopa de 2024.
Segundo o jornal esportivo Record, José Mourinho seria a prioridade da FPF, que estaria inclusive disposta a substituir Santos por um interino até que o treinador da Roma termine a temporada pelo clube italiano. Perguntado por jornalistas ontem, em sua chegada a Portugal para uma concentração com os giallorossi, Mourinho não fez nenhum comentário.
Outros treinadores portugueses como Rui Jorge (da seleção sub-21), Abel Ferreira (Palmeiras), Paulo Fonseca (Lille) e Jorge Jesus (Fenerbahçe) também aparecem na lista de potenciais candidatos citados pela imprensa.
Fernando Santos conseguiu os primeiros grandes títulos da história de Portugal: a Eurocopa de 2016 e a Liga das Nações de 2019. Mas o treinador de perfil rígido, próximo a Cristiano Ronaldo desde o início do atacante no Sporting de Lisboa, também é responsável pelas eliminações nas oitavas de final do Mundial de 2018 e da Eurocopa de 2020.
As principais críticas caem principalmente sobre seu estilo de jogo excessivamente conservador, que não permitiu à seleção aproveitar a nova geração de jogadores talentosos.
Além disso, durante a Copa no Catar, ele teve que puxar a orelha de Cristiano, deixando o astro no banco nas oitavas de final contra a Suíça (vitória por 6 a 1), depois de o jogador mostrar insatisfação por ter sido substituído na partida anterior.
A queda de braço entre o treinador e seu capitão foi a última das polêmicas nas últimas semanas envolvendo CR7, que rescindiu seu contrato com o Manchester United em pleno Mundial, o que inevitavelmente teve impacto no ambiente da seleção portuguesa.