O Ceará terá, em 2023, uma nova formatação na lateral-esquerda. Diante das saídas de Bruno Pacheco e Victor Luís, o Alvinegro precisou ir ao mercado da bola para repor o setor e trouxe Danilo Barcelos e Willian Formiga, jogadores com características diferentes que abrem um leque de opções táticas para o treinador Gustavo Morínigo explorar.
Com 27 anos, Willian Formiga tem como principal trunfo aspectos defensivos, que incluem boa capacidade de marcação e recomposição. Pelo Vila Nova na Série B de 2022, Formiga foi o atleta com mais desarmes do elenco, totalizando 60 roubadas de bola em 32 jogos, 20 a mais que o meio-campista Arthur Rezende, pelo qual jogou ao lado no Tigre goiano e repetirá a parceria no Ceará.
Outro fundamento de destaque do lateral aconteceu nas bolas rebatidas, com 174 — o que representa média de cinco por jogo. Neste quesito, Formiga ficou atrás apenas do zagueiro Rafael Donato entre os jogadores do Vila Nova, que finalizou a competição com 327.
Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, Willian Formiga se descreveu como um lateral construtor, característica que corresponde, de fato, a alguns números do atleta. Na Segundona, por exemplo, foi o jogador com a maior quantidade de passes corretos, 1101 — precisão de 84.3% —, do Vila Nova, assim como em dribles bem-sucedidos, 14.
Embora tenha bons números defensivos, Formiga possui dificuldades no último terço do campo adversário. Essa é uma das principais deficiências a serem evoluídas. Segundo dados do Footstats, site especializado em estatísticas, o lateral acertou somente cinco cruzamentos dos 43 que tentou ao longo de toda Série B — ou seja, média de 11%.
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Um pouco mais veterano em relação ao companheiro de posição, Danilo Barcelos, de 31 anos, possui outras virtudes dentro de campo. Reconhecido pela ótima bola parada, o lateral ex-Fluminense tem qualidades ofensivas que se sobrepõem a parte defensiva, algo reconhecido pelo próprio atleta em entrevista coletiva de apresentação no Vovô.
“Na minha carreira praticamente sempre foi com muitas assistências, gols, na parte da frente, e atrás questionado algumas vezes. Levo com muita naturalidade, entendo que são momentos de jogo. Eu sempre busco melhorar minha parte defensiva, que é meu principal objetivo. Eu faço parte da linha de quatro, eu sou um defensor. Eu aproveito da minha força (física) para ajudar lá atrás, e logicamente sempre procuro melhorar”, disse o lateral.
Com a camisa do Goiás, seu último clube, Barcelos participou de 22 jogos na Série A, sendo autor de uma assistência para gol. Com a camisa esmeraldina na elite nacional, o lateral teve números defensivos tímidos: 46 bolas rebatidas, três interceptações e 18 desarmes certos. Nos três quesitos o jogador ficou fora do top-10 considerando apenas o desempenho de atletas do clube goiano.
No ataque, Barcelos acertou 15 dos 59 cruzamentos que tentou executar, média de 25.42% de precisão no fundamento. O baixo número de jogos no Brasileirão, consequentemente, impacta nos números finais do lateral, mas há uma característica interessante que o atleta possui ao longo da carreira: a quantidade de gols marcados. Entre 2016 e 2020, foram 30 tentos anotados, número elevado para a posição.