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Ninguém vai esquecer de quem virou as costas para o Rei Pelé
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Ninguém vai esquecer de quem virou as costas para o Rei Pelé

A morte da lenda brasileira escancarou a postura de jogadores campeões do mundo pela seleção brasileira. Entre as 230 mil pessoas que passaram pelo velório, apenas um ex-jogador campeão mundial foi até Santos se despedir
Tipo Opinião
Velório de Pelé na Vila Belmiro, estádio do Santos, com presença de presidentes da Fifa, Conmebol e CBF (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
Foto: Ivan Storti/Santos FC Velório de Pelé na Vila Belmiro, estádio do Santos, com presença de presidentes da Fifa, Conmebol e CBF

Inigualável. Pelé foi tudo que quis no futebol. Encerrou a carreira como Rei do esporte. É o maior atleta de todos os tempos. E é nosso, do Brasil, de quem ama o jogo. O eterno camisa 10 nos deus três Copas, fez mais de mil gols e colocou a Canarinho no topo do mapa futebolístico.

A morte do Rei comoveu o mundo. Milhares de pessoas foram se despedir de Pelé em velório aberto ao público, no gramado da Vila Belmiro, onde ele brilhou em 21 anos de carreira. Foi festejado e celebrado como um gigante do esporte merece ser.

Entretanto, a morte da lenda brasileira escancarou a postura de jogadores campeões do mundo pela seleção brasileira. Entre as 230 mil pessoas que passaram pelo velório, apenas um ex-jogador campeão mundial pelo Brasil foi até Santos se despedir de Pelé: Mauro Silva.

Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Cafu, entre outros campeões em 1994 e 2002, não compareceram ao velório do Rei. Uma falta de respeito. É puro desprezo.

Não ir se despedir de Pelé, que abriu portas para diferentes gerações de craques brasileiros, é não reconhecer a própria história do futebol brasileiro, é dar as costas ao Rei.

Parece até que os tetra e pentacampeões mundiais pela seleção estão em um mundo paralelo, onde Pelé não morreu. Ao longo dos anos, muitos desses jogadores reclamaram da falta de reconhecimento pelos títulos. E agora os mesmos não têm o reconhecimento, o respeito e a reverência ao maior de todos os tempos. Cômico se não fosse trágico.

Na Copa do Mundo do Catar, essa turma já tinha protagonizado um vexame. A Conmebol fez uma homenagem a Pelé, que naquele momento havia tido uma piora em seu quadro de saúde, durante o torneio. Campeões mundiais pelo Brasil, Ronaldo, Cafu, Roberto e Kaká, que estavam no país-sede acompanhando a competição, não compareceram ao evento destinado ao Rei do Futebol.

Quem marcou presença na homenagem a Pelé no Catar foi o ex-jogador argentino Javier Zanetti. Nossos hermanos sabem bem como valorizar os grandes ídolos. As palavras do ex-lateral da seleção da Argentina, no evento, resumem o que o Rei representa.

"O que Pelé transmite é motivo de orgulho. Ele nunca dividiu. Sempre quis unir. Pelé é um grande exemplo."

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