Apesar de jogar com um homem a mais por quase 40 minutos, o Fortaleza foi derrotado pelo Cerro Porteño no Castelão, ontem à noite, pelo placar de 1 a 0. Para avançar para a fase de grupos da Libertadores da América, agora, o Tricolor precisa vencer por dois gols de diferença no jogo de volta, no Paraguai, próxima semana, ou ganhar um tento de diferença para decidir a classificação nas penalidades.
O Leão começou a partida com a mesma escalação que amassou o Deportivo Maldonado na semana anterior, mas o desempenho foi bem diferente, pois do outro lado havia um adversário experiente na Libertadores e com um elenco mais forte.
O Cerro esperou pelo Fortaleza, mas tinha contra-ataques rápidos e bem encaixados como arma e soube utilizar as muitas faltas cometidas — oito somente na primeira etapa — tanto para conter investidas do Fortaleza quanto para paralisar e esfriar a partida em vários momentos. A lentidão nas decisões do VAR também deixou o jogo picotado.
A partida começou equilibrada, com os dois times chegando ao ataque, e o Tricolor teve a chance de pular na frente aos 21 minutos, em cobrança de pênalti, mas Thiago Galhardo bateu em cima do goleiro Jean, que defendeu de pé. Daí em diante, o time paraguaio teve uma sequência de lances perigosos, alguns mesmo sem conclusão, que prenunciavam o gol de Churín, aos 33 minutos. A jogada começou com Wilder, que levantou a bola para Carrizo no lado direito da grande área e ele cruzou na medida para o atacante do Cerro cabecear.
Pouco depois, Churín recebeu um passe em profundidade e, de frente para Fernando Miguel, optou por rolar para Morales, mas Benevenuto salvou. O Tricolor teve duas boas finalizações. Uma com Pochettino, de fora da área e, já perto da parada pro intervalo, um rebote de Tinga, que saiu mascado. O goleiro Jean evitou ambas.
Para o segundo tempo, Vojvoda mudou o esquema tático, passando a jogar com três zagueiros e alas, lançando Lucas Crispim, mas foi o Ciclone que teve as duas primeiras oportunidades, primeiro com Churín, chutando em cima de um defensor do Leão, depois numa cabeçada de Morales, que Fernando Miguel segurou.
O lance que mudou o cenário da partida foi a expulsão de Rivas, aos 14 minutos. Numa disputa de bola na grande área do Tricolor, ele chegou atrasado e deu uma entrada forte em Benevenuto, que o VAR denunciou.
Com uma peça a mais em campo, o Leão passou a pressionar mais. Calebe, Titi e Tinga concluíram de frente para o gol do Cerro e pararam em Jean ou nos zagueiros. Aos 22, Pikachu, Guilherme e Lucero entraram para aumentar o poder de fogo. Na segunda etapa foram dez finalizações do Fortaleza contra apenas três do Cerro, mas nenhuma foi convertida em gol. A última chance que realmente levou perigo, inclusive, foi dos paraguaios, com uma finalização rasteira, de fora da área, de Bobadilla.
Ao apito final, parte da torcida vaiou e o restante tentou abafar com palmas. Houve muita reclamação com a arbitragem, que não foi rigorosa com alguns lances mais duros em campo.
Fortaleza
4-4-2: Fernando Miguel; Tinga, Benevenuto, Titi e Bruno Pacheco (Crispim); Caio Alexandre, Hércules (Pikachu), Calebe (Jr. Santos) e Pochettino; Romarinho (Guilherme) e Thiago Galhardo (Lucero). Téc: Vojvoda
Cerro Porteño-PAR
4-4-2: Jean; Espínola, Patiño, Gabriel Báez e Daniel Rivas; Aquino (Babadilla), Á. Cardozo Lucena (Braian Samudio), Wilder Vieira e Carrizo (Galeano); Churín (Piris da Motta) e Robert Morales (Rojas). Téc: Facundo Sava
Local: Castelão, em Fortaleza/CE
Data: 9/3/2023
Árbitro: Facundo Telo-ARG
Assistentes: Ezequiel Brailovsky-ARG e Gabriel Chade-ARG
VAR: Mauro Vigliano-ARG
Gol: Diego Churín, aos 34min/1T
Cartões amarelos: Galhardo e Crispim (FOR); Wilder Vieira e Jean (CER)
Cartões vermelhos: Rivas (CER)
Público: 42.285 presentes