Candidatos à presidência do Ceará, João Paulo Silva, atual diretor financeiro do clube, e Gabriel Ponte, conselheiro desde 2011, falaram, em entrevistas ao longo desta semana no programa Esportes do POVO, sobre suas propostas, ideias e convicções para caso vençam a eleição que acontece no próximo dia 29.
João Paulo, da chapa “Vozão de Todos”, foi o primeiro entrevistado e compareceu de forma presencial ao estúdio da Rádio O POVO CBN na última terça-feira, 21, em conversa que durou 45 minutos. Gabriel Ponte, do grupo “Reconstrução do Gigante”, participou remotamente ontem, com a mesma duração de tempo, para responder às perguntas.
João Paulo Silva - “Título. Eu vou pensar pouco nessa palavra 'gestão' e vou pensar em trabalhar títulos e ser usado (esse pensamento) em contratações. Não sendo irresponsável, longe de mim ter esse pensamento, mas eu acredito que é o momento de buscar títulos esse ano. O meu grande objetivo se for eleito é isso”.
Gabriel Ponte - “A primeira proposta é resgatar a torcida, que ficou totalmente descrente com tudo que estava se passando. Segundo ponto é profissionalizar urgentemente. Precisamos ter pessoas que escutem a torcida, que escutem as pessoas lá dentro. A gente precisa fortalecer nossa categoria de base. Usando como exemplo o Ituano, que jogou contra nós. Eles fizeram um fortalecimento de base e venderam recentemente um atleta (Gabriel Martinelli) por R$ 30 milhões. Temos que repensar e fortalecer a base. A questão também da transparência”.
João Paulo Silva - “A gente sabe que ano passado realmente foi um desastre. Houve uma centralização muito grande no departamento de futebol, que foi, na minha opinião, o grande problema da gestão. E também a questão da falta de comunicação. Eu acho que faltou o clube se comunicar melhor com o torcedor e a imprensa, criou-se um vácuo e um distanciamento muito grande. Tudo que se falava era verdade e o clube não debatia, não se defendia, o gestor não se pronunciava. Isso acabou criando uma verdadeira avalanche de críticas por todos os lados. Caso eu seja eleito, quero trabalhar muito a questão da comunicação com o torcedor e imprensa de maneira geral”.
Gabriel Ponte - “O terceiro mandato do Robinson talvez tenha sido um dos maiores problemas da história do Ceará. Isso não será esquecido nunca. Ele expôs a nossa instituição centenária a processos judiciais, expôs a situações totalmente desnecessárias. Eu fui totalmente contrário ao terceiro mandato. A gente prega muito a questão do respeito. A gente precisa respeitar as pessoas, respeitar as instituições, principalmente a instituição Ceará. Acho que as pessoas que estão lá, que passaram pela gestão passada do Robinson, elas esqueceram o que seria o respeito pela instituição. O Ceará tem que ser o centro do negócio, ele tem que ser o centro máximo. Se o estatuto diz que não pode, não pode. Se o estatuto dá um direcionamento, precisamos segui-lo”.
João Paulo Silva - “Eu acho que faltou o clube se comunicar melhor com o torcedor e a imprensa, criou-se um vácuo e um distanciamento muito grande. Tudo que se falava era verdade e o clube não debatia, não se defendia, o gestor não se pronunciava. Isso acabou criando uma verdadeira avalanche de críticas por todos os lados. Caso eu seja eleito, quero trabalhar muito a questão da comunicação com o torcedor e imprensa de maneira geral”.
Gabriel Ponte - “A transparência para nós é algo crucial porque a falta de transparência abre margem para várias interpretações. A falta de transparência é algo que acaba com qualquer projeto. Então, faz parte da nossa proposta de gestão a transparência, a criação de um portal da transparência, por assim dizer, que a torcida possa entrar no site e acompanhe o que o clube está fazendo, o investimento”.
João Paulo Silva - “Quando entrei no Ceará, isso era até um nome feio, essa discussão. Então acabei criando uma casca em relação a isso. Depois que o clube subiu para a Série A, contratamos executivos, que são pessoas remuneradas e passam o dia a dia. Os diretores cobram seus respectivos executivos. Hoje, particularmente, principalmente com o orçamento reduzido, eu não penso bem nisso. Mas acredito que essa discussão será feita esse ano com a reforma estatutária”.
Gabriel Ponte - “Quanto à diretoria, ela precisa ser remunerada. São pessoas que se dedicam, pessoas que trabalham. É preciso ter uma diretoria que ouça as críticas. Na minha opinião, quando a pessoa não é remunerada ela não se acha no dever de ouvir. Em uma instituição centenária, você precisa dar a cara para bater, você precisa parecer, se acontece um erro você tem que dar uma satisfação para os mais de 2 milhões de alvinegros. Mas isso faz parte de uma reformulação estatutária”.
João Paulo Silva - “Sou totalmente favorável e irei brigar para que isso aconteça. Chegou o momento do torcedor ter essa experiência de participar na decisão do seu presidente. Acho que é mais do que natural e isso já acontece em outros clubes do Brasil. Sou totalmente favorável a essa mudança do sócio passar a votar”.
Gabriel Ponte - “Eu sou totalmente favorável ao voto do sócio-torcedor. O torcedor é um dos defensores da instituição”.
João Paulo Silva - “Eu acredito que a SAF é uma realidade hoje no futebol. Claro, neste primeiro momento com clubes que tinham uma situação financeira já sem saída. Mas acredito e sou um defensor de que o Conselho Deliberativo tenha que liderar esse processo para que esse assunto seja discutido, para que os conselheiros tenham entendimento de como funciona esse processo. Não estou falando que o Ceará precisa fazer isso agora, mas é um ponto que a gente precisa discutir e é natural”.
Gabriel Ponte - “A SAF eu acho que é sem volta, realmente. Opinião minha. Precisamos debater isso com o Conselho, debater isso com muitas pessoas. Existem vários modelos de SAF, e estamos acompanhando agora o modelo do Cruzeiro, o modelo do Bahia. Existem muitas críticas aos modelos que estão sendo feitos, então eu defendo que exista, mas eu defendo que devemos manter sempre o controle do clube, não se pode perder a essência que é da torcida”.
João Paulo Silva - “O meu intuito é de trazer todas as pessoas, de trazer o torcedor de volta, ele sentir aquela confiança novamente no clube. É o meu propósito de trabalho. A gente sabe que, infelizmente, devido às eleições que tiveram no Conselho Deliberativo, ocorreram muitas discussões e acho que temos que fazer um trabalho para isso acabar. Quem me conhece sabe que tenho outro perfil. Eu quero trazer pessoas para que outros possam se preparar para assumir esse desafio e, futuramente, o clube tenha sempre essas sucessões que sejam voltadas para o crescimento”.
Gabriel Ponte - “O meu intuito é de trazer todas as pessoas, de trazer o torcedor de volta, ele sentir aquela confiança novamente no clube. É o meu propósito de trabalho. A gente sabe que, infelizmente, devido as eleições que tiveram no Conselho Deliberativo, ocorreram muitas discussões e acho que temos que fazer um trabalho para isso acabar. Quem me conhece sabe que tenho outro perfil. Eu quero trazer pessoas para que outros possam se preparar para assumir esse desafio e, futuramente, o clube tenha sempre essas sucessões que sejam voltadas para o crescimento”.
João Paulo Silva - “Ano passado, quando a gente caiu, sabíamos que haveria uma queda de receita. Nós tivemos que fazer um novo orçamento para todas as áreas e investir um pouco mais no futebol profissional, porque o principal objetivo é voltar para a Série A. Demos um orçamento para o departamento e foi montado (o elenco do futebol feminino) em cima daquilo. Infelizmente tiveram resultados que acabou a gente tendo que fazer um novo planejamento financeiro e isso já foi passado para o departamento alguns dias atrás para termos o mesmo orçamento que foi feito no último ano”.
Gabriel Ponte - “Quando falamos de valorização de marca, de agregar valor, a gente tem várias outras atividades, entre elas o futebol feminino e o futsal. Isso traz uma torcida que talvez não tenhamos no dia a dia e isso é muito bacana para valorizar a marca. A gente não pode ter um time feminino e simplesmente deixar meio que largado, igualmente para o futsal. Existem hoje inúmeras formas de captação de recursos. Existe um projeto que já funciona, onde o torcedor consegue fazer doações de imposto de renda como pessoa física ou pessoa jurídica, então é uma lei de incentivo ao esporte. Então a gente vai buscar fortalecer isso para resgatarmos o que tínhamos”.