Em Porangabuçu, o discurso é unânime: a Série B é o maior foco do Ceará na temporada. Restando poucos dias para a estreia contra o Ituano-SP, o elenco, a comissão técnica e a diretoria alvinegra têm voltado atenção total para este duelo, que marca o início da busca do Vovô pelo acesso à elite nacional.
Para alcançar o objetivo final, há projeções — baseadas em médias da competição na era dos pontos corridos com 20 clubes participantes — que indicam o caminho que o Ceará precisará seguir. Nessa linha de análise, dois fatos matemáticos são incontestáveis: nunca um time que fez menos que 59 pontos subiu para a Série A, assim como apenas um time que somou mais de 64 pontos deixou de conquistar o acesso.
O "número mágico" para garantir a ascensão à primeira divisão é, portanto, de 64 pontos. A única vez que um clube somou essa quantidade e ficou fora do G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro foi o São Caetano-SP, em 2012, que fez incríveis 71 pontos e mesmo assim não subiu. Neste cenário, o Vovô precisa ter um aproveitamento de 56%, ou seja, vinte vitórias e quatro empates seria o suficiente, por exemplo.
Outra margem muito segura é de 63 pontos. À exceção do Náutico, em 2015, que terminou a Série B na quinta colocação, todos os demais clubes que conquistaram essa pontuação confirmaram o acesso. Conforme o número decai, as possibilidades também diminuem. Com 60 pontos, apenas dois times conseguiram a façanha de estar no G-4, enquanto outros 10, não.
Até 59 pontos ainda existe registro de acesso, embora somente um. Neste cenário, o único que conseguiu alcançar a elite nacional foi o Vitória, em 2007 — 16 anos atrás. Abaixo de 59, nenhum time que disputou a Série B subiu. Nos quatro últimos anos, porém, utilizando como base o quinto colocado, 60 pontos foi a média para conquistar o acesso.
"Uma equipe do tamanho do Ceará não pensa apenas no acesso. O primeiro objetivo é esse, mas é óbvio que a gente tem em mente brigar pelo título. Tem equipes qualificadas que vamos enfrentar, mas a gente conhece nosso potencial, entende nosso dia a dia e pensamos, sim, em brigar pelo título. O primeiro objetivo, porém, é brigar pelo acesso, quanto mais rápido melhor", disse Chay em entrevista coletiva.
Sobre o título, a margem vai um pouco além. Considerando os últimos cinco campeões da Segundona, o Alvinegro de Porangabuçu precisaria de cerca de 73 pontos para confirmar o título nacional, o que requer aproveitamento de 64% e uma margem de erro pequena ao longo do campeonato. Para se ter dimensão, as equipes que venceram o torneio neste recorte de tempo tiveram média de apenas sete derrotas em 38 rodadas.
"Quando a gente recebeu o convite (de vir para o Ceará), sabia que o objetivo principal do Ceará é esse acesso. A gente sofreu o baque da derrota (na final do Estadual), foi doloroso para a gente, mas já mudamos a chave, já pensando na Série B, para iniciar bem para conseguir nosso objetivo", concluiu o meia do Vovô.
Com colaboração de Thiago Minhoca, da Rádio O POVO CBN
Chay afirma que Ceará mira título na Série B e opina sobre perfil do time
O principal desafio do Ceará na temporada se inicia na sexta-feira, 14, quando o Vovô enfrenta o Ituano-SP pela primeira rodada da Série B do Brasileiro. O elenco alvinegro sabe bem o que representa para o clube um retorno à elite do futebol nacional e o volante Chay deixou isso claro, em coletiva concedida ontem.
"Quando a gente recebeu o convite (de vir para o Ceará), sabia que o objetivo principal do Ceará é esse acesso. A gente sofreu o baque dessa derrota (na final do Estadual), foi dolorosa para a gente, mas já mudamos a chave, já pensando na Série B, para iniciar bem para conseguir nosso objetivo", comentou o meia.
Com passagens recentes por Botafogo e Cruzeiro, os dois últimos campeões da Série B, Chay conhece bem a competição e acredita que o Vovô tem elenco para brigar por mais que uam vaga no G-4 da competição.
"Uma equipe do tamanho do Ceará não pensa apenas no acesso. O primeiro objetivo é esse, mas é óbvio que a gente tem em mente brigar pelo título. Tem equipes qualificadas que vamos enfrentar, mas a gente conhece nosso potencial, entende nosso dia a dia e pensamos sim em brigar pelo título. O primeiro objetivo, porém, é brigar pelo acesso, quanto mais rápido melhor", disse.
Chay garantiu que o elenco alvinegro já virou a chave da perda do título cearense e afirmou também que o grupo está com a mente totalmente voltada para a estreia na Série B, mesmo com uma final da Copa do Nordeste próxima. "A gente tem que pensar primeiro no Ituano, jogar essa partida e vencer”, prega.
O fato dos dois clubes já terem se enfrentado essa ano, na Copa do Brasil, com avanço do time paulista, nas penalidades, é visto pelo meio campista do Ceará como uma vantagem. "Já enfrentamos, já entendemos bem suas valências, onde eles são mais fortes e mais fracos e vamos tentar furar a defesa deles e nos defender melhor", avalia.
Com o fim do Estadual, queda na Copa do Brasil e a dois jogos do término da Copa do Nordeste, em breve o Ceará terá apenas a Série B do Brasileiro como foco. O meia Chay acredita que a equipe chega para a competição bem ajustada, a ponto do torcedor já identificar um modo de jogar do clube.
"Falamos bastante em identidade aqui, a gente tem que criar nossa identidade, aos poucos mostrar a cara do Ceará. Somos um time bem aguerrido, mostrou-se isso ao longo do Campeonato Cearense e Copa do Nordeste. Foi um time que começou praticamente do zero, poucos ficaram do ano passado, tudo que tem um início, tem tropeços, tem problemas e a gente está se acertando. O nosso maior objetivo é o acesso, a gente está focado nisso e a cada dia vamos melhorando. A gente precisa muito do apoio do torcedor, nem sempre vai fluir do jeito que tem que fluir, mas vontade nunca falta. O torcedor já está conseguindo identificar que somos um time bem aguerrido", comentou.
Chay também comentou sobre a disputa interna por vaga entre os titulares, com Jean Carlos e Guilherme Castilho. O jogador qualificou a concorrência como saudável e ressaltou que o Ceará é que ganha com isso.
"Temos jogadores extremamente qualificados aqui, é uma dor de cabeça que o Gustavo (Morínigo) tem, o que a gente tem que fazer é se dedicar diariamente para manter o nosso melhor nível e ajudar a equipe", disse.
Com novo posicionamento nas partidas mais recentes, o meia reafirmou onde prefere atuar.
"Na minha coletiva de apresentação, falei que sou meia centralizado, meia-atacante, mas me coloquei à disposição para poder ajudar em outras funções, como jogar de lado de campo, mas obviamente vou desempenhar melhor na minha posição”, concluiu.