Embora o Ceará tenha tido apoio na Ilha do Retiro, com mais de 3 mil alvinegros presentes na arquibancada, a maior parte dos apaixonados pelo clube teve que acompanhar, torcer e sofrer de longe, em Fortaleza. Pelas ruas da cidade, bares e restaurantes ficaram lotados de pessoas que foram assistir a final do Nordestão.
No Donkey Head, na Aldeota, um evento privado organizado pela Vozão BMG reuniu diversos influenciadores e personagens importantes da história do Ceará, como o ídolo Sérgio Alves, maior atração do local. Simpático, o ex-goleador tirou fotos, sorteou camisas e distribuiu autógrafos.
Em conversa com O POVO, o ex-camisa 11 confessou que a vontade dele era estar em campo ajudando, mas que no momento teria que aceitar a nova condição: de apenas torcer.
“O Ceará vem chegando em finais e hoje de noite temos essa oportunidade de ser campeão da Copa do Nordeste. Não podemos deixar escapar, mesmo jogando fora, contra o Sport em Recife, com o estádio lotado. Mesmo assim temos que fazer por onde dentro de campo para conquistar a Copa do Nordeste. Será muito importante para a moral do clube e também financeiramente”, disse o “Carrasco” antes da bola rolar.
A expectativa de Sérgio Alves se concretizou, embora construída sob muita apreensão e sofrimento durante os 90 minutos da partida. Com a vitória do Sport por 1 a 0 e o placar agregado empatado em 2 a 2, a disputa precisou ser nos pênaltis, o que potencializou ainda mais a aflição dos torcedores.
O péssimo histórico em penalidades, tendo em vista que o Ceará vinha de cinco derrotas consecutivas neste tipo de disputa, gerou desconfiança. Espalhados pelo bar, grupos comentavam entre si do “problema” que aquilo seria. O sentimento confuso, entretanto, logo deu espaço á esperança quando Richard defendeu a cobrança de Juba. O semblante mudou. A confiança se estabeleceu e as lembranças de fracassos anteriores foram deixados de lado
Mas tudo deu certo. O Ceará venceu e a comoção foi geral. O grito de alívio após um 2022 conturbado e repleto de frustrações foi ecoado pelos alvinegros após a cobrança de Erick, que concretizou o tricampeonato regional. Entre os abraços, muitas lágrimas também surgiram, desta vez de felicidade. Sérgio Alves, em alto e bom tom, disse: “Se não for sofrido, não é Ceará”.