Desde a saída de Arthur Cabral, em 2018, o Ceará não conseguiu ter sucesso com nenhum centroavante. Nomes como Jô, Matheus Peixoto e Felipe Vizeu reforçaram a posição nos últimos anos, mas não desempenharam o esperado e se tornaram alvos de críticas por parte da torcida.
Diante deste cenário, a diretoria alvinegra decidiu, neste ano, reforçar o setor com duas opções visando o Campeonato Brasileiro Série B: Vitor Gabriel e Nicolas. O primeiro foi anunciado como reforço do Vovô no dia 6 de janeiro, ou seja, antes mesmo da primeira partida do time na temporada. Já o segundo teve sua contratação oficializada quatro meses depois, no dia 20 de abril.
Apesar de disputarem posição, os jogadores têm diferenças visíveis, seja por idade, carreira ou estilo de jogo. Vitor, por exemplo, tem 23 anos e é revelado por um dos maiores clubes do futebol brasileiro, o Flamengo. Pelo time carioca, inclusive, colecionou títulos como a Libertadores e o Campeonato Brasileiro de 2019.
Antes de chegar ao Vovô, ele foi cedido por empréstimo ao Braga, de Portugal, onde disputou 31 partidas e balançou as redes 11 vezes entre 2019 e 2021. Depois, também foi emprestado ao Juventude, que disputou a Série A do Brasileirão em 2022. Em sua passagem pelo Papo, jogou 35 partidas, marcou três tentos e não conseguiu evitar o rebaixamento do time ao final do ano.
Por outro lado, Nicolas é dez anos mais velho que seu concorrente e acumula passagens por diversos clubes do Brasil. Cercado de grande expectativa por parte da torcida alvinegra, o camisa 9 marcou 29 gols em 96 partidas pelo Goiás, clube que defendia desde 2021.
Nas últimas três partidas, o técnico Eduardo Barroca vem revezando os dois atletas. Contra Ponte Preta e Tombense, Nicolas foi escolhido. Já contra o Vitória, Vitor Gabriel iniciou entre os 11. Ao que parece, o treinador vai tomar a decisão de acordo com o estilo de jogo adotado pelo time em cada partida ou a depender do adversário.
Porém, apesar de disputarem posição no time titular, os atacantes também podem jogar juntos. Isso porque algumas das características são distintas. Vitor, por exemplo, é um jogador mais forte fisicamente e tem bom "pivô”, sendo assim, tem maior facilidade para atuar dentro da área, como camisa 9 de ofício. Já Nicolas, por sua versatilidade, pode alternar entre posições no ataque.
“Eu sou um centroavante que gosta muito de sair (da área), de contribuir na parte de construção (de jogo)”, disse em coletiva de apresentação.
Nesta temporada, o camisa 63 acumula 23 jogos, nove gols marcados e quatro assistências pelo Ceará. Nicolas, por sua vez, disputou cinco partidas e assinalou um tento até aqui.