Campeão mundial e da Diamond League em 2022, Alison dos Santos, o Piu, voltou à disputa dos 400m com barreiras, em Mônaco, em confronto direto com o ouro olímpico, o norueguês Karsten Warholm. Principais nomes da modalidade para o Mundial no próximo mês, os atletas confirmaram o favoritismo e terminaram na frente na nona etapa do ano da Diamond League, mas com o brasileiro sentindo o ritmo no fim após um desequilíbrio e cruzando em segundo. Mesmo assim, celebrou o índice olímpico para Paris-2024. O rival bateu o recorde do campeonato, que já era dele.
Warholm largou muito bem e logo assumiu a primeira colocação. O brasileiro, de quinto, subiu para segundo rapidamente. E prometia ameaçar o norueguês, ficando próximo antes da oitava barreira. Mas em passagem na nona das dez barreiras, Piu sentiu algo, quase caiu e disputou as últimas passadas fazendo caretas e passando a impressão que estava com muita dor. Teve de diminuir o ritmo, inclusive.
Dominante desde o início, Warholm baixou o recorde da Diamond League com os 46s51 (melhor marca do ano). Pela segunda etapa seguida ele reduz a marca. O norueguês de 27 anos também é o dono do recorde mundial, conquistado na final olímpica no Japão, em 2021, quando levou o ouro com surpreendentes 45s94.
Em recuperação de cirurgia no joelho esquerdo, Piu cruzou com sofrimento, em segundo, com 47s66, seguido pelo americano CJ Allen, com 47s84. O brasileiro havia antecipado sua volta ao circuito em alguns dias, garantindo a vaga olímpica nos 400m rasos com o terceiro lugar na etapa de Silésia, da Diamond League, na semana passada.
Após sua primeira prova nos 400m com barreiras, sobrando em relação aos 48s70 necessários para ir à Olimpíada, o brasileiro espera recuperar o ritmo rapidamente para se aproximar de sua melhor marca. Ele não esconde que a meta é baixar dos 46 segundos. Por enquanto, ele ostenta a terceira melhor marca mundial da prova, com 46s29. Warholm é o recordista e o americano Rai Benjamin detém um 46s16.
O dia em Mônaco foi de marca histórica para Faith Kipyegon, que reduziu, e muito, o recorde mundial da milha. A queniana cravou 4min07s64, primeira atleta a baixar dos 4min10s a prova. A marca anterior era da holandesa Sifan Hassan, com 4min12s33, que durava oito anos. É o terceiro recorde mundial dela em 2023, depois de bater a marca nos 1.500m, com 3min49s11, e nos 5.000m, com 14min05s20.