Faltando três dias para a final da Sul-Americana, as intervenções no estádio Domingo Burgueño seguem a todo vapor. Na tarde de ontem, O POVO esteve do lado de fora da praça esportiva e presenciou o trabalho de funcionários da Conmebol para deixar tudo pronto para sábado, 28, quando Fortaleza e LDU-EQU disputam o título.
O estádio fica no centro de Maldonado, em frente à sede da prefeitura da cidade e ao lado de uma escola. É possível caminhar pela região e passar despercebido pelo estádio Domingo Burgueño, que terá capacidade para 20 mil pessoas na finalíssima. Os bares, tão comuns nos arredores das arenas brasileiras, são raros nas proximidades da praça esportiva uruguaia. Por outro lado, cafeterias são encontradas com facilidade.
Apesar da proximidade da decisão e de toda a paixão envolvida por torcedores do Tricolor do Pici e dos Albos, que fizeram de tudo para garantir presença na final, a cidade de Maldonado não parece estar na mesma empolgação. Pelo contrário, a tranquila região de pouco mais de 164 mil pessoas está alheia à disputa pelo título.
Quem passeia pelas ruas de Maldonado não vê qualquer indício de que uma final de Sul-Americana se aproxima. Tem morador que nem estava sabendo do jogo.
Frentista de um posto na região de Playa Mansa, Adrián Rodriguez adora futebol e acompanha o noticiário do esporte local, mas não teve interesse de se informar sobre os ingressos para a partida decisiva para Fortaleza e LDU.
Ele se mostrou surpreso quando foi avisado pela reportagem do O POVO que para uruguaios a entrada custa 10 dólares (cerca de 399 pesos uruguaios). Os bilhetes estão mais baratos do que de partidas do Deportivo Maldonado, clube local, segundo Adrián.
O argentino Lucas Ledesma, que mora em Maldonado, acredita que o baixo interesse dos uruguaios para o confronto entre cearenses e equatorianos se deve ao fato de não ter uma representante da região ou das proximidades.
"Talvez seja porque não tem nenhuma equipe próxima do Uruguai, não é tão interessante para as pessoas. Os uruguaios se interessam muito pelo futebol, mas esse tipo de final não interessa muito, não pagariam a entrada para ver uma equipe que não é sua", afirmou o professor de Educação Física, que dá aula na escola localizada ao lado do estádio.
Por outro lado, O POVO encontrou um cinegrafista brasileiro que vive em Maldonado há 25 anos. Ainda que ressalte o desinteresse dos uruguaios, Marcelo Martínez se mostrou bastante empolgado com a chegada do Fortaleza na cidade para disputar o título.
"Estou emocionado com a presença de uma equipe de tão longe estar numa final tão grande como esse, é um orgulho como brasileiro. Estou muito contente com essa final aqui. E o Fortaleza vai ser campeão, pode ter certeza", disse Marcelo.
Enviado a Maldonado-URU