A ginástica brasileira conquistou cinco medalhas no último dia de finais nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, e encerrou a participação no campeonato com 14 no total — três de ouro, nove de prata e duas de bronze —, em segundo lugar do ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, que tiveram 12, das quais sete foram ouro. Flávia Saraiva, duas vezes, Rebeca Andrade, Arthur Nory e Bernardo Miranda foram os nomes que subiram ao pódio representando o Brasil ontem.
Após ser campeã do salto e encerrar um jejum de 16 anos sem medalha de ouro do Brasil em Pans, Rebeca Andrade conquistou mais um primeiro lugar em sua última final em Santiago. A guarulhense de 24 anos conseguiu a medalha de ouro na trave e ainda foi acompanhada no pódio por Flavinha, dona da medalha de prata. O bronze ficou com a canadense Ava Stewart.
A disputa foi aberta com uma belíssima apresentação de Flávia, que arrancou uma nota 14,033 dos jurados e se manteve na liderança até Rebeca Andrade subir na trave para se apresentar. Com uma exibição ainda melhor que a da compatriota, a guarulhense assumiu a ponta ao anotar 14,166. Stewart, por sua vez, somou 13,900.
Rebeca competiu em seu primeiro Pan, três semanas depois de subir em todos pódios possíveis do Mundial de Ginástica da Antuérpia. Devido ao desgaste, foi poupada do solo e, por isso, não esteve na final do individual geral. Participou, contudo, da conquista da prata por equipes e subiu ao primeiro lugar do pódio do salto após um "cheng" impressionante.
"Eu estou muito feliz e orgulhosa, Depois de um mundial tão longo, conseguir fazer boas séries e apresentações, confiante e preparada. Foi um ótimo primeiro Pan, não tenho o que reclamar, não tenho o que fala. Me senti bem, me diverti. Desde o Mundial até aqui, eu estava feliz competindo, me sentindo bem. É isso que eu quero tirar das competições", disse Rebeca.
Mais tarde, algumas horas após a dobradinha, Flávia Saraiva se tornou a ginasta do Brasil com a maior quantidade de medalhas desta edição e também a atleta brasileira com mais pódios na história do Pan, empatada com Daniele Hypólito e com a nadadora Larissa Oliveira. A última medalha conquistada pela carioca de 24 anos também foi de prata, no solo.
Flavinha se despede do Chile com pratas na prova por equipes, no individual geral, no solo e na trave, além de ter ficado com o bronze das barras assimétricas. Assim, igualou Daniele Hypólito e Larissa Oliveira com o total de dez medalhas em Jogos Pan-Americanos, pois já tinha dois bronzes conquistados em 2015, no Pan de Toronto, e outros três em 2019, no Pan de Lima.
A apresentação de Flávia Saraiva no solo foi avaliada com nota 13,733, exatamente a mesma pontuação de Kaylla Dicello, dos Estados Unidos. Conforme determina o regulamento do aparelho no Pan, o empate na segunda colocação resulta em duas medalhas de prata, enquanto o bronze é extinto, portanto a carioca e a americana dividiram o vice. A terceira melhor nota foi da brasileira Júlia Soares, com 13,633, mas, por causa da regra, ela foi considerada quarta colocada e não teve lugar no pódio.
O Brasil conseguiu mais medalhas de ginástica artística ontem. Arthur Nory conquistou o ouro da barra fixa, com nota 14,333 e fez uma dobradinha brasileira com Bernardo Miranda, medalhista de prata com 14,133. O terceiro colocado foi o canadense Rene Cournoyer, avaliado com nota 14,066.
Mais cedo, Nory já havia ficado com a prata no salto. Ele teve nota 14,466, mesma pontuação do campeão Audrys Reyes, da República Dominicana, que venceu nos critérios de desempate. A medalha de bronze ficou com o canadense Felix Dolci. Entre os homens brasileiros, Nory foi o principal medalhista, com três, pois já havia sido medalhista no solo.