O empate prevaleceu no clássico regional entre Fortaleza e Sport na noite de ontem, na Arena de Pernambuco, pela quarta rodada da Copa do Nordeste. Embora tenha saído na frente do placar, o Tricolor não conseguiu ter um bom desempenho no geral e ficou no 1 a 1. O resultado garantiu a liderança momentânea do Grupo B ao Leão do Pici, que agora soma sete pontos na tabela.
Apesar de Vojvoda ter promovido alterações na equipe em relação ao duelo contra o Ceará, no último final de semana, a atuação diante do Sport no primeiro tempo foi bem semelhante ao do Clássico-Rei: um time apático e desorganizado. O Sport, mandante do confronto, ditou o ritmo, pressionou e criou boas situações, mas não teve competência para abrir o placar. Aquela máxima de “quem não faz, leva”, então, fez-se presente na Arena.
Com 30 minutos de jogo, o Leão do Pici não havia feito nada além de se defender. Em números, o Tricolor tinha somente 35% de posse de bola e nenhuma finalização — contra cinco do Sport, duas delas perigosas. A equipe cearense se limitou a abusar das bolas longas. Foram 14 tentativas de lançamentos, 12 delas erradas.
Vojvoda, então, resolveu agir. Chamou Moisés e, aos 35 minutos, colocou o atacante no lugar de Luquinhas, que estava apagado no jogo. O meia saiu cabisbaixo, mas sem reclamar. No mesmo momento, o treinador argentino precisou fazer uma outra mudança, já que o goleiro João Ricardo desabou no chão e pediu para ser substituído. Santos entrou.
A boa leitura de jogo do comandante tricolor, aliada à coragem de fazer uma mudança ainda no primeiro tempo, foi crucial. Aos 45 minutos, quando a dinâmica do embate indicava o empate sem gols antes da ida ao vestiário, um contra-ataque fulminante do Leão do Pici mudou o roteiro. Lucero, com um ótimo passe na origem do lance, acionou Moisés. O atacante, com o campo aberto e no um contra um, sua melhor característica, avançou, invadiu a área e bateu rasteiro. Gol com estrela de Vojvoda.
Após o papo no vestiário, o Fortaleza retornou para a etapa final com uma postura diferente. O Tricolor passou a ter maior controle da posse da bola e ser mais incisivo no ataque. Em menos de dez minutos, Pochettino quase ampliou e Lucero carimbou o travessão. Nas duas jogadas, mérito para o goleiro Caíque França, responsável por evitar que o prejuízo no placar para o Sport ficasse maior.
O bom momento do Tricolor, entretanto, não durou mais que 15 minutos. Aos poucos, o time cearense foi se acuando no campo de defesa, o que naturalmente cedeu ao Sport a oportunidade de criar uma tremenda pressão territorial. O time pernambucano tomou conta da intermediária do Fortaleza e passou a apostar nos cruzamentos. Ainda que o Leão do Pici estivesse suportando bem, o cenário era perigoso.
Não deu outra. Entre as várias bolas alçadas na área, em uma delas Zé Welison derrubou Coutinho e o juiz imediatamente marcou o pênalti. O próprio centroavante assumiu a responsabilidade da cobrança: chute forte no meio do gol e bola na rede, concretizando a “lei do ex”. O tento deu números finais ao jogo.
Sport
4-4-2: Caíque França; Pedro Lima, Rafael Thyere, Luciano Castan, e Felipinho; Felipe, Fabrício Domínguez (Pedro Vilhena), Alan Ruiz (Tití Ortíz) e Lucas Lima; Gustavo Coutinho e Romarinho (Arthur Caíke). Téc: Mariano Soso
Fortaleza
4-3-3: João Ricardo (Santos); Tinga, Brítez, Tomás Cardona e Escobar (Titi); Pedro Augusto, Pochettino (Zé Welison), Luquinhas (Moisés); Yago Pikachu, Lucero e Machuca (Kauan). Téc: Vojvoda
Local: Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata/PE
Data: 21/2/2024
Árbitro: Wallas Martins Lopes/MA
Assistentes: Ivanildo Gonçalves da Silva/MA e Rafael Costa Pinheiro/MA
Gols: 45min/1ºT - Moisés (FOR); 41/2ºT - Coutinho (SPT)
Cartões amarelos: Luciano Castán e Felipinho (SPT); Tinga, Cardona, Lucero e Santos (FOR)