Foi Lamine Yamal, o melhor e mais novo desta talentosa geração da Espanha, o protagonista da classificação da seleção, que eliminou a França ao ganhar por 2 a 1, ontem, em Munique, e avançou à final da Eurocopa.
Campeã em 1964, 2008 e 2012, a Espanha vem exibindo o melhor futebol do torneio e vai atrás de seu quatro troféu europeu. Na final, enfrentará Holanda ou Inglaterra, que decidem hoje, em Dortmund, quem será o outro finalista. A grande decisão está marcada para o próximo domingo, 14, às 16 horas (de Brasília), no estádio Olímpico de Berlim.
Habituado a quebrar recordes, Yamal já era o mais jovem a disputar uma Eurocopa na história e também a dar uma assistência — é o maior garçom do torneio, com três passes para gol. Ontem, a quatro dias de completar 17 anos, o meia-atacante virou também o mais novo a marcar um gol na competição entre seleções mais importante da Europa.
Yamal derrubou o recorde de duas décadas que pertencia a Johann Vonlanthen, ex-atacante colombiano naturalizado suíço que balançou a rede com 18 anos e 141 dias, na edição de 2004 da Eurocopa.
Quando a França estava melhor e vencia por um gol de vantagem, marcado por Muani, de cabeça, aos oito minutos de jogo, após assistência de Mbappé, Yamal, tão novo quanto ousado, decidiu para os espanhóis e liderou a virada, consumada em quatro minutos.
O astro do Barcelona se desmarcou e, da entrada da área, acertou um lindíssimo chute perto do ângulo para empatar a partida aos 20 minutos. Aos 24, ele começou a jogada que terminou no segundo gol, marcado por Dani Olmo. O camisa 10 da Espanha deu uma finta seca em Tchouaméni e bateu forte, cruzado. A bola desviou em Koundé, que tentou tirar, mas viu ela morrer no fundo das redes.
O árbitro, inicialmente, deu o gol contra para o zagueiro francês, mas mudou sua decisão depois e Olmo foi identificado com o autor do gol que levou os espanhóis a uma final de Eurocopa depois de 12 anos.
Liderada por Mbappé, que se apresentou bem, mas não fez a mais brilhante de suas apresentações, a França insistiu no primeiro e no segundo tempo. Encontrou espaços, criou chances e se valeu de todos seus recursos para ao menos empatar a partida e forçar a prorrogação.
A Espanha, porém, foi competente para segurar o resultado que conquistou na etapa inicial. Fechou-se com inteligência, irritou os franceses ao dar cadência ao jogo e "cozinhar" o adversário, fazendo o tempo passar. Liso, Yamal foi importante para segurar a bola nos minutos finais até ser substituído nos acréscimos e ser aplaudido de pé pelos torcedores presentes em Munique.
A França, campeã mundial em 2018 e vice em 2022, tão acostumada a decisões e quase imbatível em jogos de mata-mata, enfim conheceu uma eliminação.