O meio-campista Lucas Mugni colocou como meta ao chegar ao Ceará encontrar a sua melhor versão. Aos 32 anos, o argentino realiza a temporada com mais assistências da carreira, com 8 em 28 partidas, estando entre os protagonistas do clube que visa o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro.
Para alcançar o auge técnico, o camisa 10 do Alvinegro de Porangabuçu conta que trabalha a parte psicológica e técnica — ambos realizados extraclube, com um psicólogo e um analista individual.
Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o meio-campista falou sobre o momento vivido no clube, o aspecto psicológico, a pressão em atuar pelo Ceará e analisou o trabalho realizado pelo técnico Léo Condé, que considera “mais seguro” para o Vovô conquistar o acesso ao término da temporada.
Para encontrar a melhor versão e viver a melhor temporada da carreira, Lucas Mugni precisou investir no próprio tratamento psicológico. O camisa 10 considera a parte mental como o pilar de um atleta de alto rendimento.
“Tenho um profissional que me acompanha, que é mais como um guia para mim. (Ele) Me ajudou muito. Decidi que não iria me considerar um mau ou bom jogador. Ano a ano, iria trabalhar. Trabalhar para me superar. Está sendo o ano com mais assistência, porque eu me cobrei isso, a participar mais em gols”, inicia.
“Quero dar minha melhor versão. Estou querendo me superar, aceitando as dificuldades, entendendo que aqui terá uma pressão grande (…) Vejo vídeos para ver o que posso melhorar dentro do meu jogo. Seja bom ou ruim, aceito tudo o que acontece”, completa.
Além da parte psicológica, Mugni investe em análise individual. Com auxílio do analista Kleyton Sampaio, conseguiu compreender mais os próprios erros, enxergando que, em muitos momentos, eles acontecem pela ansiedade em campo.
“Foi uma das melhores coisas que fiz. No começo, (ele) me perguntou o que o treinador pretendia de mim (…). A partir daí, tentamos fazer um trabalho com essas exigências, como posso melhorar no que ele está pedindo, e depois em detalhes, como posicionar o corpo e o que faço antes de receber a bola, se dou uma escaneada para ver onde estão meus adversários, meus companheiros”, explicou.
“Consegui juntar isso (análise individual) com a parte psicológica. Muitas vezes o Kleyton me marcava em uma jogada e eu falava para ele que estava muito ansioso. Fizemos um vídeo com ele e meu psicólogo e eu falava: 'Cara, não foi o posicionamento, eu estava ansioso'. Estava cheio de ansiedade e não conseguiria ter a minha melhor versão”, concluiu.
Os trabalhos realizados extracampo fizeram o meio-campista entender que para desempenhar futebol de alto nível, ele precisa estar no meio-termo entre a ansiedade e a tranquilidade. Agora, sob o comando de Léo Condé, com mais participação na faixa central de campo, Mugni está vivendo o melhor momento pelo Ceará, com duas assistências em quatro partidas.
“O Léo pede paciência, conhece como é a Série B (…)] O jeito do Léo, com o jogo mais com bola no pé, estamos mais bem posicionados e corremos menos. Cada um está na sua posição, quando perdemos a bola, temos a pós-perda mais rápida”, comentou.
Para conseguir o acesso ao término da Série B, o camisa 10 cita a necessidade de ser consistente e de pontuar a cada rodada. O Ceará tem, diante do Guarani, amanhã, a oportunidade de dar continuidade ao bom momento, já que não perde há três partidas.
Ocupando a 7ª colocação, com 26 pontos, está a três do G-4, podendo entrar na zona de acesso caso vença o Bugre de Campinas e Mirassol, Vila Nova, América-MG e Sport sejam derrotados.