Na 9ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, Cuiabá-MT e Fortaleza se enfrentaram na Arena Pantanal, na capital matogrossense, em 16 de junho. O placar foi doloroso para o Tricolor: 5 a 0. Foi a pior derrota da equipe na "era dos pontos corridos" do Brasileirão.
Três meses depois, as equipes voltarão a ficar frente a frente, no amanhã, às 16 horas, na Arena Castelão, em situações bem diferentes do que se encontravam à época do confronto no primeiro turno.
Naquele período, embora tivesse conquistado a Copa do Nordeste algumas semanas antes da goleada, o Fortaleza ainda não tinha 100% da confiança do torcedor. Eram atuações aquém do esperado, além da perda do hexacampeonato estadual — desperdiçando a chance de um feito inédito no futebol cearense.
O resultado adverso, portanto, parecia apenas a "cereja do bolo" para uma fase que não era nada boa, até então. O resultado diante do Cuiabá, porém, serviu como uma espécie de mudança de chave para o Leão.
Logo de cara, no jogo seguinte, venceu o Grêmio, por 1 a 0, na Arena Castelão. O desempenho ainda não agradava, mas o crescimento na performance e na tabela foi acentuado e simultâneo.
O time saiu da 11ª posição, com apenas 11 pontos na tabela, e se consolidou na briga por vaga na Copa Libertadores e até pelo título do Campeonato Brasileiro.
Desde então, foram 19 vezes em que o time entrou em campo. Ao todo, em 13 oportunidades, saiu vencedor. Das vitórias, vale destacar algumas, como a diante do Flamengo, em pleno Maracanã, o 3 a 0 sobre o Palmeiras, no Castelão, e o triunfo contra o Corinthians, por 1 a 0, também no Gigante da Boa Vista, que fez o time dormir na liderança do campeonato.
Ao colunista do O POVO, Fernando Graziani, o CEO da SAF do Leão, Marcelo Paz, pontuou que o acúmulo de decisões, no período do 5 a 0 para o Cuiabá — Boca Juniors (Sul-America), Vasco (Copa do Brasil), Sport e CRB (Copa do Nordeste) — acabou gerando um cansaço físico e mental nos atletas e na comissão técnica.
O fato é que, atualmente, os tempos no Pici são outros. Embora tenha sido eliminado da Copa Sul-Americana, a luta por vaga na Libertadores segue a todo vapor, assim como o sonho de taça inédita na Série A. O Tricolor de Aço é o 3º colocado, com 52 pontos, estando a quatro do líder, Botafogo-RJ.
Se o período pós-goleada foi positivo para o Leão do Pici, o efeito inverso ocorreu com o Cuiabá. Quando se esperava que o time embalasse e se consolidasse mais uma vez na elite do futebol brasileiro, a luta contra o rebaixamento se mostrou como realidade.
Muito embora após a vitória expressiva o escrete mato-grossense tenha batido o São Paulo por 1 a 0, fora de casa, a campanha nos jogos seguintes se apresentou irregular.
Em 19 jogos, foram três triunfos, seis derrotas e dez empates. Para piorar, o Auriverde da Baixada ocupa a 19ª colocação do torneio nacional, a vice-lanterna, com apenas 23 pontos. A distância para o Vitória-BA, primeiro clube fora do Z-4, é de cinco.
Nesse período de instabilidade, houve troca no comando da agremiação do Centro-Oeste. O técnico português Petit pediu demissão e, em seu lugar, assumiu Bernardo Franco.
Para sair vitorioso contra o Fortaleza, o Cuiabá se apoia no retrospecto positivo e no tabu de nunca ter perdido para os cearenses na Série A na Arena Castelão — duas vitórias e um empate.