O sonho do retorno à elite do Brasileirão ficou mais distante para o Ceará com a derrota diante do Sport, na última segunda-feira, 7, pela 30ª rodada da Série B. Contra o Leão da Ilha, o Alvinegro de Porangabuçu registrou a quarta partida consecutiva sem vitória atuando como visitante no certame nacional.
O desempenho do Vovô longe de Fortaleza, inclusive, é fator determinante para a equipe oscilar na tabela de classificação. Nas últimas quatro partidas, somou apenas um ponto, no empate contra o Amazonas (1 a 1). Enfrentando Chapecoense (2 a 1), Coritiba (3 a 1) e Sport (2 a 1), saiu derrotado.
Contra o Rubro-Negro de Pernambuco, o Ceará disputou a 15ª partida fora dos seus domínios na Série B. O aproveitamento é de apenas 26,6%: três vitórias, três empates e nove derrotas. Neste período, sofreu 24 gols, tendo a quinta pior defesa no recorte.
Internamente, o Ceará trabalha com a possibilidade de conquistar seis pontos como visitante até o encerramento da Segundona. A equipe de Léo Condé duelará contra Ituano, Santos, Botafogo-SP e Guarani longe do Castelão. Para a pontuação projetada ser suficiente para conquistar o acesso, no entanto, o Vovô precisará de 100% de aproveitamento como mandante, vencendo os duelos contra Ponte Preta, Paysandu, Avaí e América-MG.
“Temos que continuar trabalhando, vencer a próxima partida, contra a Ponte Preta. Se fizermos o nosso dever de casa, precisaremos buscar duas vitórias fora de casa para sonhar com o acesso. É difícil, mas não é impossível, principalmente se a gente conseguir esse nível de performance que tivemos contra o Sport”, ponderou Condé, em entrevista coletiva na Ilha do Retiro.
Se alcançar o projetado, o Ceará chegaria à 38ª rodada com 63 pontos. De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a equipe que estiver com essa pontuação terá 97,1% de chances de ascender à elite do Brasileirão. Atualmente, de acordo com a UFMG, o clube de Porangabuçu tem 14,6% de possibilidade de subir.
“Conversei com os jogadores após a partida e tem muito campeonato pela frente ainda. A Série B tem essa característica, ela se define nas oito rodadas finais e eu acredito que chegamos a esse momento em condições de brigar”, contou o treinador alvinegro.
Contra a Ponte Preta, no próximo sábado, 12, às 17 horas, na Arena Castelão, o Ceará buscará encurtar a distância para o G-4, que aumentou para cinco pontos com os resultados da última rodada. Se vencer a Macaca, e Sport e Mirassol tropeçarem contra Novorizontino e Santos, respectivamente, o Vovô ficará a dois pontos da zona de acesso.
Presidente do Ceará se reúne com patrocinador master e se diz seguro
A diretoria do Ceará esteve reunida com representantes da empresa Esportes da Sorte, no Recife (PE), para tratar sobre o imbróglio envolvendo a casa de aposta com o Governo Federal. Sem a regularização para atuar no Brasil, a bet pode ter o site bloqueado. No entanto, a patrocinadora master do Alvinegro tenta acelerar o processo para dar prosseguimento, de forma lícita, às atividades no País.
A reunião contou com participação do presidente do Vovô, João Paulo Silva, que, ao O POVO, pontuou que a empresa está funcionando normalmente e que o acordo com o Ceará segue de pé, com a casa de apostas garantindo a conclusão do aporte de R$ 46 milhões (cerca de R$ 1,27 milhão por mês) ao clube para expor a marca na camisa.
No encontro, o mandatário do Ceará ainda garantiu que seguirá expondo a marca da Esportes da Sorte no uniforme do time. Dos clubes patrocinados pela empresa pernambucana, apenas o Athletico-PR suspendeu a exibição da bet. A empresa de apostas também tem acordos com Corinthians, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Náutico e Santa Cruz.
João Paulo Silva também ressaltou que está seguro com a situação. Os compromissos firmados entre a Esportes da Sorte e o clube, segundo o dirigente, serão cumpridos integralmente. O contrato assinado entre a casa de apostas e o Ceará é o maior da história do Alvinegro de Porangabuçu.
Em meio à tentativa de regularização com o Governo Federal, a Esportes da Sorte conseguiu, com a Loteria Estadual do Rio de Janeiro (Loterj), a autorização para atuar no Rio de Janeiro. No entanto, a casa de apostas ainda não aparece na lista das bets autorizadas no Brasil.
No último dia 1º, o Ministério da Fazenda divulgou a lista das empresas liberadas para operar no país, constando 89 companhias. A ação faz parte da tentativa do Governo Federal de regular o mercado. A partir da próxima sexta-feira, 11, está prevista a retirada do ar os sites que não tiveram os pedidos de autorização aceitos.
O POVO tentou contato com a Esportes da Sorte ontem, mas ainda não obteve retorno. No último dia 1º, a empresa informou a reportagem que teria ocorrido um "erro formal" e estava procurando o Governo Federal para retificação, visando comprovar a situação documental. A companhia pernambucana alegou ter cumprido com todas as exigências da portaria do Ministério da Fazenda.
O Governo Federal direcionará a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a bloquear e tirar do ar entre 500 e 600 sites de jogos de apostas online que não se regularizaram para operar no Brasil. Os detalhes foram divulgados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que concedeu entrevista nesta segunda-feira, 30 de setembro, para o jornal da CBN da rádio CBN Nacional.
Haddad instruiu, na entrevista, que os brasileiros "exijam" o dinheiro de volta. O banimento é a primeira medida proposta pelo Governo Federal. O ministro completou: "Nós estamos orientando todo mundo a exigir o dinheiro que tem depositado lá".
Assim, de outubro a dezembro, só poderão continuar funcionando os sites autorizados e que já estavam atuando. Além disso, as empresas suspensas poderão fazer o pedido a qualquer momento, mas irão para o fim da fila, levando meses para terem a documentação e os requisitos analisados. A partir de janeiro, as empresas que operarem sem autorização estarão sujeitas a punições, com multas de até R$ 2 bilhões por infração.
A expectativa é que a pasta conclua, até dezembro, o processo de análise dos pedidos protocolados até agora. Com a aprovação, as empresas deverão pagar R$ 30 milhões de outorga para operar legalmente até três marcas cada uma por cinco anos, como estabelece a lei que legalizou as apostas eletrônicas no país.