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Eleição, elenco e "novo" Brasileirão: volta do Ceará à elite tem desafios internos e externos
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Eleição, elenco e "novo" Brasileirão: volta do Ceará à elite tem desafios internos e externos

Alvinegro terá eleição na próxima quinta-feira, 28, tem técnico Léo Condé em fim de contrato, precisará reforçar grupo de jogadores e encontrará Série A bilionária e competitiva
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Torcida alvinegra empurrou o time na campanha 
do acesso (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Torcida alvinegra empurrou o time na campanha do acesso

A volta do Ceará à elite após duas temporadas na Segunda Divisão resgata a autoestima dos alvinegros, recoloca o clube na vitrine principal do futebol brasileiro e representa uma injeção de receitas. Em contrapartida, carrega desafios internos e externos para o Vovô se livrar dos problemas financeiros, apaziguar as questões políticas e conseguir competir com os principais clubes do País para ter longevidade na Série A.

Ainda nesta semana, a equipe de Porangabuçu já tem outro momento decisivo, mas fora dos campos: na próxima quinta-feira, 28, os conselheiros escolherão João Paulo Silva, atual presidente, ou Pedro Gabriel Ponte, candidato da oposição, para um mandato pelo próximo triênio como mandatário do clube.

Para além do resultado, a eleição — sobretudo o pós — pode ser um momento para amenizar e conciliar os conflitos entre as diferentes correntes políticas, que travaram embates nos últimos meses acerca de uma mudança no estatuto — que não ocorreu.

Com a definição do presidente alvinegro, o Ceará poderá tocar o planejamento para 2025. A primeira decisão importante envolve o futuro do técnico Léo Condé, que conduziu o time à arrancada no segundo turno para chegar ao G-4 na reta final. O contrato do comandante tem duração até o próximo sábado, 30.

O elenco de jogadores também deverá passar por mudanças para a próxima temporada. O atacante Erick Pulga e o zagueiro David Ricardo, valorizados no mercado da bola, devem receber propostas. Alguns dos titulares que estão no Vovô por empréstimo, como os laterais Rafael Ramos e Matheus Bahia e o zagueiro João Pedro, têm futuro indefinido.

Além de manter peças de destaque na campanha do acesso — o volante Lourenço, por exemplo, tem contrato até o fim do ano que vem —, o Alvinegro também precisará se reforçar. O setor ofensivo foi o grande destaque da equipe ao longo de 2024, mas a defesa rendeu dor de cabeça em alguns momentos. Elevar o nível técnico do grupo será um dos principais desafios da diretoria.

A reformulação no elenco de atletas será necessária para encarar um Brasileirão extremamente competitivo e com um cenário diferente em comparação a 2022, última vez que o Ceará esteve na Série A. A Primeira Divisão hoje conta com investimento alto da SAF de alguns clubes (Botafogo, Bahia, Cruzeiro e Atlético-MG, por exemplo) e os bilionários Flamengo e Palmeiras, além de outros trabalhos consolidados, como do arquirrival Fortaleza.

As equipes da elite também terão as receitas turbinadas pelos novos acordos bilionários de direitos de transmissão do campeonato com emissoras de TV e plataformas de streaming, fechados pela Libra e Liga Forte União, da qual o Alvinegro faz parte. As cifras nos cofres dos clubes devem deixar ainda mais inflacionado o mercado da bola, que hoje tem valores milionários em transferências, luvas e salários devido ao poder de investimento de um seleto grupo.

A coluna Fernando Graziani, do O POVO, apurou que, no total, o acesso deve render ao menos R$ 120 milhões ao time de Porangabuçu, o que demonstra a importância do feito esportivo e administrativo.

O montante será importante para o clube quitar débitos que se formaram desde o rebaixamento — alguns renderam punições da Fifa — e montar um elenco capaz de se manter na elite no ano do retorno, o que seria o primeiro passo para tentar construir uma nova jornada na Série A. Até a queda, o Ceará disputou a Primeira Divisão por cinco anos consecutivos (2018 a 2022).

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