Lenda das quadras, seja como jogador ou treinador, o multicampeão Vander Iacovino agora dedica sua carreira à gestão esportiva. O ex-camisa 12 é o diretor executivo do Campeonato Brasileiro de Futsal, competição que estreou nesta temporada e será concluída amanhã, com a final entre Fortaleza e Apodi-RN, no ginásio do Centro de Formação Olímpica (CFO), às 9 horas.
Antes do grande duelo — cuja partida de ida terminou empatada em 3 a 3 —, Vander concedeu entrevista ao O POVO e avaliou a realização do torneio. "Muitos duvidaram da competição no início. Para nós, já começou dando certo, porque democratizamos a modalidade", iniciou.
"Antes, víamos apenas times do Sul e Sudeste participando. Não é uma crítica, muito pelo contrário. Viemos com um projeto inovador de democratizar o esporte. Hoje, temos equipes do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Viabilizamos o acesso para muitos que estavam fora do mercado, mas desejavam fazer parte dele", explicou o dirigente.
A carreira de Vander Iacovino como jogador foi notável: teve passagens por equipes como Corinthians, São Paulo, Sumov e Banfort, além do GM, onde se destacou e brilhou com o número 12 no futsal — posteriormente adotado por Falcão.
O dirigente da competição nacional também destacou a importância de promover a modalidade no Nordeste, região representada pelos dois finalistas. "Fico muito feliz porque vivi uma geração em que craques saíam do Nordeste. Cacá, Leonel, Beto... muita gente. Hoje, vemos atletas saindo muito cedo daqui para o Sul, Sudeste e até Europa, e acabamos nem conhecendo esses talentos. O Campeonato Brasileiro surgiu para dar oportunidades a esses jogadores", ponderou.
Logo no primeiro ano de disputa, o torneio contou com clubes de destaque no cenário nacional, como Fortaleza, Ceará, Vasco, Cruzeiro e Sport. A expectativa, segundo Vander, é que mais equipes se juntem na próxima temporada.
"A tendência é termos novas equipes, impulsionadas pelo sucesso do campeonato. A princípio, o formato continuará o mesmo, porque funcionou muito bem. Este ano tivemos 20 equipes, mas, devido à procura, é possível que o número aumente", pontuou.
Reconhecido em todo o Brasil, o futsal cearense já revelou grandes times, como Sumov, Banfort, Ceará e, mais recentemente, Horizonte e São João de Jaguaribe.
Vander relembrou os tempos áureos da modalidade no Estado. "Vivi uma época em que o futsal era mais forte que o futebol no Ceará. Hoje, isso parece inimaginável, mas era uma realidade", recordou.
"Essa final, com duas equipes nordestinas, um CFO lotado e um público admirando o futsal, como sempre aconteceu, é uma grande oportunidade para termos times competitivos e permitir que novos talentos apareçam no cenário nacional", finalizou.