Após dois anos na Série B, o Ceará está de volta à elite do Campeonato Brasileiro e estreia amanhã, diante do RB Bragantino-SP, às 20 horas, em Bragança Paulista (SP). O clube de Porangabuçu, embalado pelo bicampeonato estadual, mostra confiança em ser competitivo diante de equipes com orçamentos maiores e terá de contar com a força do elenco no decorrer das 38 rodadas, apesar de ainda ter carências.
O Vovô vai encontrar uma "nova" Série A, com rivais que tiveram as finanças turbinadas por investidores das SAFs ou acordos de direitos de transmissão das ligas, além daqueles que já estão estabilizados na Primeira Divisão nacional. Será, portanto, um desafio para um time recém-promovido, mas com uma formação encaixada neste início de 2025 após grande reformulação.
No gol, o Alvinegro manteve Bruno Ferreira, dono absoluto da posição, e contratou Keiller, que começou a temporada, mas depois foi para a reserva. O elenco conta ainda com o experiente Fernando Miguel e Richard, em recuperação de lesão. Para a zaga chegaram Éder, Willian Machado, Marllon e Marcos Victor. Ramon começou como titular, mas voltou a se lesionar e abriu brecha para Willian formar dupla com Marllon.
A lateral esquerda é um dos setores frágeis do elenco de Léo Condé. Matheus Bahia, que renovou contrato, faz bom início de ano e é um dos destaques da equipe, mas o concorrente Nicolas, contratados para 2025, ainda não conseguiu se firmar e teve atuação ruim na derrota por 3 a 2 para o Bahia, na última quarta-feira, 26, pela Copa do Nordeste. O lado direito conta com Fabiano Souza e Rafael Ramos.
No meio-campo, a comissão técnica com apenas quatro volantes: Fernando Sobral, Lourenço, Lucas Lima e Richardson. Este último, inclusive, recupera-se de lesão, o que fez Dieguinho passar a atuar no setor. O clube ainda busca outra peça no mercado da bola, já que lesões e suspensões são corriqueiras ao longo da temporada. Na armação, Lucas Mugni é o maestro alvinegro e tem a sombra do jovem Matheus Araújo.
A posição poderia ter também Rômulo como opção, mas Condé, que já havia comandado o camisa 19 no Novorizontino-SP, tem utilizado o jogador na ponta esquerda, com rendimento abaixo do esperado. O flanco esquerdo, que teve Erick e Erick Pulga como destaques nas temporadas passadas, ainda não tem um dono em 2025. Fernandinho tem sido titular, mas sem convencer. Alejandro Martínez também não conseguiu se firmar.
Do outro lado, o experiente Pedro Henrique despontava como destaque, mas sofreu lesão no joelho e está fora de combate. Aylon assumiu a vaga, soma atuações apagadas e tem visto ascensão de Galeano. Com gols nas partidas mais recentes, o paraguaio parece se credenciar a conquistar um espaço no time titular. Os lados do campo, portanto, ainda são carências no banco de reservas do Vovô para mudar o cenário de um jogo.
O posto de referência do ataque, após meses de busca, tem dono: Pedro Raul não sentiu o peso da camisa 9, anotou cinco gols em seis partidas e já caiu nas graças da torcida alvinegra. Agora ganhou a concorrência de Lelê, emprestado pelo Fluminense.
Será a partir de agora também que o Ceará terá enfrentamentos mais constantes contra adversário de maior nível de dificuldade. Até agora, em 17 jogos no ano, apenas quatro foram equipes de Série A: três contra o Fortaleza e um contra o Bahia. Foram duas vitórias e um empate diante do Leão do Pici e uma derrota contra o Esquadrão.
"Nesse nível agora, o erro custa caro. A gente tem que ter o máximo de cuidado possível na hora de marcar e o máximo de capricho possível quando chegar próximo do gol adversário", ponderou Léo Condé.