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Conmebol pede que Copa do Mundo de 2030 seja disputada com 64 seleções
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Conmebol pede que Copa do Mundo de 2030 seja disputada com 64 seleções

Presidente da entidade sul-americana, Alejandro Domínguez, diz que Fifa poderia permitir Mundial com maior número de equipes, já que será disputado em três continentes
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Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol (Foto: Roberto Escobar/Conmebol)
Foto: Roberto Escobar/Conmebol Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, solicitou à Fifa que considere elevar para 64 o número de participantes da Copa do Mundo de 2030, "por uma única vez", e que o torneio seja disputado em três continentes (América do Sul, Europa e África), como está previsto.

"Estamos propondo, por uma única vez, realizar este centenário com 64 seleções em três continentes, simultaneamente, para que todos os países tenham a oportunidade de viver a experiência de uma Copa do Mundo e para que ninguém neste planeta fique de fora desta festa", disse o dirigente, ontem, em uma mensagem por ocasião do 80º Congresso da Conmebol.

A ideia de Domínguez está inserida na proposta de realizar um grupo da Copa do Mundo integralmente na América do Sul.

O congresso, que foi realizado por videoconferência, contou com a participação do presidente da Fifa, Gianni Infantino, que destacou "o marco excepcional" que será a Copa do Mundo para celebrar os 100 anos do futebol organizado.

"Que [a Copa] seja disputada [em 2030] em todas as partes é a nossa festa", enfatizou Domínguez.

O presidente da Conmebol afirmou que o futebol sul-americano "está mais forte e unido do que nunca". "A era do poder nas mãos de grupos econômicos e de dirigentes que estavam de costas para o futebol ficou para trás", assegurou.

Com essa frase, Domínguez aludiu ao passado recente, no qual vários dirigentes de peso do futebol sul-americano foram processados nos Estados Unidos por atos de corrupção, no megaescândalo que o mundo conheceu como "Fifagate".

"Conseguimos um crescimento sem precedentes", destacou o mandatário da Confederação Sul-Americana de Futebol.

Combate ao racismo

Sobre os atos de racismo, discriminação e violência, o presidente da Fifa valorizou as ações empreendidas pela Conmebol para combatê-los, e Domínguez afirmou que se trata de um desafio, "produto de uma sociedade deteriorada".

No final de março, a Conmebol criou um grupo de trabalho liderado pelo ex-astro Ronaldo Nazário, o Fenômeno. A formação de uma "força-tarefa", que será integrada por outros ídolos do futebol e por diversos juristas de renome, terá como objetivo implementar estratégias voltadas à erradicação do racismo em um futebol sul-americano que, nos últimos meses, viveu uma série de casos.

Clubes brasileiros têm sofrido repetidos atos de racismo em competições regionais, como quando um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco em direção a vários jogadores do Palmeiras, que disputavam a Libertadores Sub-20 contra o paraguaio Cerro Porteño, em Assunção.

Inclusive, o presidente da Conmebol se envolveu em uma polêmica dias atrás ao fazer um comentário de cunho racista, repudiado pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e pelo mandatário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.

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