Com a famosa "lei do ex", Lucas Mugni abriu o caminho para a vitória do Ceará sobre o Sport, nesse sábado, 17, no Castelão, pela nona rodada do Brasileirão. O argentino marcou o primeiro gol da partida e deu fim a um jejum de 14 jogos sem balançar as redes.
O perfil do argentino nunca foi artilheiro. Por esse motivo, o largo número de duelos sem marcar gols não gerou pressão em cima dele ou o tirou da equipe titular. Pelo contrário, o meio-campista é peça chave do esquema de Léo Condé desde que o técnico chegou ao Ceará e se destaca pela qualidade técnica e pela raça demonstrada em campo.
Mesmo sendo um clássico 10 argentino, os números defensivos do armador alvinegro chamam atenção. Segundo o portal SofaScore, o jogador é o meio-campista com mais desarmes na Série A — 21 no total —, com uma média de 2,6 por partida. Outro indicador defensivo que chama atenção é a quantidade de bolas recuperadas, sendo 33 totais e uma média de 4,1 por jogo.
Os números ofensivos do jogador também animam. Com três assistências no Brasileirão, ele é o vice-líder do quesito, empatado com outros sete nomes. Mugni também soma 12 passes decisivos no campeonato, 16 dribles corretos e uma nota de 7,16 no aplicativo de estatísticas.
Em sua quarta equipe no futebol brasileiro, o argentino encontrou o melhor futebol de sua carreira no clube Alvinegro. Na temporada passada, o camisa 10 estabeleceu seu recorde de assistências em uma única temporada, 10, e esse ano, já possui sete passes para gols. Com passagens por Flamengo-RJ, Sport-PE e Bahia, o jogador jamais teve tanto protagonismo como está tendo no Ceará, mesmo tendo sido uma peça importante no acesso do Tricolor da Boa Terra em 2022.
No seu melhor ano com a camisa do Esquadrão, o argentino somou sete gols e cinco assistências, mas perdeu espaço quando a equipe retornou à primeira divisão. O mesmo fato não ocorreu no Ceará, onde o atleta permanece como um dos principais nomes do meio-campo.
Entre os três gols marcados por Mugni nesta temporada, um foi em cobrança de falta contra o Fortaleza, abrindo o abriu o placar para a vitória do Vovô por 2 a 1 no primeiro Clássico-Rei do ano. No Estadual desta temporada, o argentino foi eleito pelo Esportes O POVO como o melhor jogador do certame.
Atuando na equipe que menos possui a bola no Campeonato Brasileiro, o camisa 10 se destaca pela inteligência na hora de pausar o jogo e conduzir mais a bola, como também faz grandes jogos, sendo um meia de passes rápidos quando a equipe precisa sair em transição.
Pelo esforço feito no momentos sem bola, a parte física parece ser um fardo nos momentos finais das partidas, onde costumeiramente é substituído. Na atual temporada, o atleta jogou 90 minutos completos em apenas duas ocasiões.
O cuidado com a minutagem se justifica, uma vez que o atleta não tem histórico de lesões graves e possui uma média de 38 jogos por ano, em recorte desde 2021. Em 2024, por exemplo, Mugni atuou em 46 oportunidades.