"Camisa 9 vive de gol". Esse é um dos clichês mais repetidas por pessoas que vivem o futebol de alguma maneira, seja jogador, dirigente, torcedor ou apenas quem acompanha o esporte de forma mais esporádica. Tal frase sintetiza um pouco do incômodo sobre o momento do centroavante Pedro Raul, do Ceará.
Isso porque se o início do jogador com a camisa do Alvinegro de Porangabuçu foi promissor, com gols importantes e atuações decisivas, a fase vigente é bem diferente. Na última quinta-feira, 22, por exemplo, o atacante 28 anos completou sete partidas consecutivas sem marcar, justamente na derrota por 3 a 0 para o Palmeiras, que resultou na eliminação do Vovô na Copa do Brasil.
No duelo, ele entrou em campo após ser dúvida por uma torção no tornozelo sofrida ante o Sport-PE, no fim de semana anterior. Após a derrota, o técnico Léo Condé citou o problema, afirmou que o atleta não estava 100% fisicamente e reconheceu que faltou a equipe criar mais chances para o "homem-gol alvinegro".
"O Pedro Raul realmente teve uma torção grave no último jogo. Saiu no intervalo, fez um tratamento com o nosso departamento médico. Não jogou, digamos, 100%. Foi um sacrifício, mas conseguiu performar bem. Ele até teve uma boa desenvoltura ali. Faltou a gente até ter um pouquinho mais de aproximação dele", disse o comandante em entrevista coletiva.
O gol mais recente do camisa 9 aconteceu no dia 15 de maio, quando marcou os dois tentos da vitória por 2 a 1 sobre o Vasco da Gama-RJ, na Série A do Campeonato Brasileiro. De lá para cá, o atacante passou em branco contra Bahia, São Paulo, Palmeiras-SP (duas vezes), Vitória-BA, Santos-SP e Sport-PE — sequência que preocupa, sobretudo pelo impacto direto nos números ofensivos do time. Desses, o Vovô foi derrotado em três oportunidades (Tricolor Baiano e ambas contra o Alviverde).
Apesar do jejum recente, Pedro Raul segue como artilheiro isolado do Ceará em 2025, com nove gols anotados. Sua importância na temporada é inegável: além de comandar o ataque no início do ano, foi peça-chave na conquista do bicampeonato estadual, ao marcar o gol do título na decisão contra o rival Fortaleza.
No entanto, para afastar a má fase, o comandante alvinegro terá de ajustar a equipe na fase ofensiva, principalmente em situações específicas, como aproximação com o centroavante e transições para o ataque — ponto que a equipe vem sofrendo há semanas. Nas últimas cinco vezes em que entrou em campo, o Ceará marcou apenas três gols com Marllon, Mugni e Galeano.
Para isso, o time de Porangabuçu terá um intervalo considerável entre partidas. O Vovô só volta a disputar um jogo no dia 1º de junho, contra o Atlético-MG, pela décima primeira rodada da Série A. No período, ajustes ofensivos serão necessários para aumentar o ímpeto da equipe e, obviamente, do camisa 9. (Colaborou Victor Barros)