Sob gritos de "olé" da torcida visitante, o Fortaleza perdeu para o Cruzeiro por 2 a 0, ontem, na Arena Castelão, em duelo válido pela 10ª rodada da Série A.
Com o revés, o Leão caiu para a 16ª posição, na beira da zona de rebaixamento, à espera do duelo de hoje do Juventude, contra o RB Bragantino. Em caso de vitória gaúcha, os cearenses entram no grupo de descenso.
Se, contra o Retrô-PE, a atuação foi constrangedora, diante do Cruzeiro, para não ser repetitivo no vocabulário, pode-se definir como terrível. O que o Fortaleza apresentou no primeiro tempo foi quase uma afronta ao torcedor que, mesmo diante do momento ruim, se fez presente na arquibancada. Não só por mais um péssimo desempenho em campo, que já virou corriqueiro em 2025, mas pela postura apresentada.
O Leão foi completamente apático, sem confiança e totalmente entregue ao adversário. Os comandados do técnico Vojvoda não conseguiram, no primeiro tempo da partida, sequer competir contra a Raposa, que foi soberana — e sem qualquer dificuldade. Com a bola rolando, o 2 a 0, construído pelo clube mineiro antes do intervalo, ficou barato. Poderia ter sido uma goleada.
O meio-campo escalado pelo treinador argentino, composto por Zé Welison, Pol Fernández — este foi vaiado pelos torcedores por quase toda a primeira etapa — e Martínez, foi engolido pelos atletas rivais do mesmo setor. Diogo Barbosa, pela esquerda, foi muito mal. Não à toa, todas as melhores jogadas construídas pelo Cabuloso ocorreram pelo lado do camisa 16.
Na beira do campo, a comissão técnica de Vojvoda transbordou a enorme carga emocional que o jogo representava. O argentino, tenso e impaciente a cada lance errado do Tricolor, gritou e pediu “atenção” até onde sua força permitiu. Seu auxiliar, Gastón Liendo, foi expulso com 19 minutos do duelo, após sucessivas reclamações com a arbitragem.
Ofensivamente, duas finalizações, nenhuma delas na direção do gol defendido por Cássio. Na defesa, só não teve piores consequências devido ao zagueiro Gustavo Mancha e ao goleiro João Ricardo. Todo o restante da equipe escalada como titular teve uma atuação ruim. Do lado celeste, Kaio Jorge e Lucas Silva garantiram o 2 a 0.
No retorno para a etapa final, Vojvoda fez três alterações de uma vez: tirou Pol, Martínez e Diogo Barbosa e colocou Pedro Augusto, Pochettino e Mancuso, respectivamente. As mudanças, assim como a conversa no vestiário, surtiram efeito no Leão, que mostrou uma postura totalmente diferente, com mais intensidade e força nas divididas. No ataque, o desempenho também melhorou.
Em paralelo, o Cruzeiro diminuiu o ritmo, deixou o Fortaleza com a posse da bola e passou a marcar com linhas em bloco baixo, com o intuito de explorar as transições em velocidade. A estratégia do treinador português Leonardo Jardim não foi tão eficiente quanto aquela executada no primeiro tempo, quando pressionou a saída de bola do Tricolor do Pici.
Apesar da melhora, a Raposa manteve o controle das ações e, conforme os minutos foram passando, o ímpeto do Fortaleza também foi acabando. A expulsão de Pedro Augusto, aos 37 minutos, pelo segundo amarelo, carimbou a derrota, que já era iminente. A crise no Pici segue, agora mais forte do que nunca.
Fortaleza
4-3-3: João Ricardo; Tinga, Kuscevic, Gustavo Mancha e Diogo Barbosa (Mancuso); Zé Welison (Calebe), Pol Fernández (Pedro Augusto) e Martínez (Pochettino); Pikachu, Lucero e Breno Lopes (Lucca Prior). Téc: Vojvoda
Cruzeiro
4-4-2: Cássio; William, Fabrício Bruno, Villalba e Kaiki; Lucas Romero (Murilo), Lucas Silva, Christian (Lautaro Díaz) e Marquinhos (Bolasie); Gabigol (Eduardo) e Kaio Jorge (Kenji). Téc: Leonardo Jardim
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 25/5/2025
Árbitro: João Vitor Gobi/SP
Assistentes: Alex Ang Ribeiro/SP e Evandro de Melo Lima/SP
Gols: 33min/1ºT - Kaio Jorge e 40min/1ºT - Lucas Silva
Cartões amarelos: Martínez, Gustavo Mancha e Pedro Augusto (FOR); Villalba (CRU)
Cartão vermelho: Pedro Augusto (FOR)
Público e renda: 12.483 presentes/R$ 159.553,00