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Carlo Ancelotti inicia ciclo na seleção brasileira com discurso equilibrado
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Carlo Ancelotti inicia ciclo na seleção brasileira com discurso equilibrado

Na apresentação oficial pela Canarinho, o italiano adotou tom ponderado, além de ter se mostrado gentil ao longo da entrevista coletiva
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O técnico italiano, Carlo Ancelotti, fez sua primeira convocação com a seleção brasileira (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Foto: Rafael Ribeiro / CBF O técnico italiano, Carlo Ancelotti, fez sua primeira convocação com a seleção brasileira

O ciclo de Carlo Ancelotti à frente da seleção brasileira teve início oficial ontem, com a apresentação dele como treinador da equipe nacional e a divulgação da primeira lista de convocados para os jogos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

A coletiva foi marcada por discurso ponderado, em que o treinador italiano equilibrou expectativa e prudência ao explicar as próprias decisões — especialmente as ausências mais comentadas.

A lista de 25 nomes traz ausências importantes e, ao mesmo tempo, sinaliza para os primeiros traços do perfil que Ancelotti deseja imprimir no time brasileiro. A não convocação de Neymar, por exemplo, foi uma das decisões que mais chamou a atenção.

O atacante do Santos-SP, que recentemente voltou aos gramados após uma lesão na coxa esquerda, era presença esperada por parte da torcida e da imprensa, especialmente pela escassez de ídolos em atividade com bagagem internacional no elenco.

Ancelotti, no entanto, foi direto ao justificar a decisão. Segundo ele, o momento ainda não é o ideal para o retorno do camisa 10. “Neymar voltou há pouco de uma lesão. Nesta convocação tentei selecionar jogadores que estão bem, em alto nível de competitividade. Todo mundo sabe que ele é um jogador muito importante, sempre foi e sempre será. Contamos com ele”, afirmou.

O treinador ainda revelou ter conversado pessoalmente com o atleta pela manhã, explicando os motivos da ausência dele. “Ele está totalmente de acordo. Voltou ao Brasil para jogar e se preparar bem para o Mundial. O que queremos é o melhor Neymar”, completou.

A escolha por poupar o atacante é simbólica e aponta para uma abordagem pragmática de Ancelotti. Ele não descarta os veteranos, mas também não se apega a nomes por histórico. O recado é claro: desempenho atual é critério central, independentemente do peso do nome.

Além de Neymar, outras ausências foram explicadas por questões médicas. Ancelotti lamentou as baixas, mas reforçou o otimismo com o grupo disponível. "Nos dias de hoje muitos jogadores estão lesionados como é o caso de Rodrygo, Gabriel (Magalhães), Joellinton, Militão, Éderson. O que eu quero dizer? O Brasil tem muitos jogadores de talento."

A convocação também aponta para a tentativa de manter uma base competitiva, sem grandes revoluções em um primeiro momento. É uma estratégia que parece condizer com o perfil de Ancelotti: um técnico experiente, habituado a gerir grupos de estrelas, que prioriza o equilíbrio e a estabilidade antes de mudanças bruscas.

"Ancelotti surpreendeu ao fazer uma primeira convocação com muitos nomes do futebol brasileiro e apostou na bola de segurança ao resgatar velhos conhecidos, como Casemiro e Richarlison. A lista indica o perfil que a equipe deverá ter, com meio-campistas que marcam e jogam e muitos atacantes de maior mobilidade e velocidade", avaliou Afonso Ribeiro, jornalista do O POVO.

Se por um lado evitou apostar em nomes midiáticos ainda sem ritmo de jogo, por outro o técnico acenou para o futuro ao falar sobre o que espera do Brasil nesta nova fase. A valorização de atletas em bom momento nos clubes, o reconhecimento da profundidade do elenco brasileiro — mesmo com tantos desfalques — e a disposição em contar com Neymar "em sua melhor versão" revelam que Ancelotti está comprometido com uma seleção que una talento, forma física e mentalidade competitiva.

Entre os nomes, destacam-se ainda os atletas de times brasileiros. São sete, sendo cinco do Flamengo, um do Palmeiras e um do Corinthians. Ainda assim, mais do que uma lista de nomes, a convocação parece ser uma mensagem: ninguém está garantido apenas pelo passado, mas todos têm espaço — desde que estejam prontos para competir.

O Brasil encara o Equador, em Guayaquil, no dia 5 de junho, e o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo (SP), em 10 de junho. A seleção é a atual quarta colocada das Eliminatórias, com 21 pontos, dois atrás dos equatorianos, vice-líderes. Os paraguaios estão em quinto, também com 21. Os seis mais bem colocados se classificam diretamente à Copa do Mundo da América do Norte, enquanto o sétimo vai para a repescagem.

Lista de convocados para os jogos das eliminatórias da Copa do Mundo:

Goleiros

Alisson (Liverpool)
Bento (Al-Nasr)
Hugo Souza (Corinthians)

Zagueiros

Alexsandro (Lille)
Léo Ortiz (Flamengo)
Lucas Beraldo (PSG)
Marquinhos (PSG)

Laterais

Danilo (Flamengo)
Vanderson (Mônaco)
Wesley (Flamengo)
Alex Sandro (Flamengo)
Carlos Augusto (Internazionale)

Meio-campista

Andrey Santos (Straousburg)
Bruno Guimarães (Newcastle)
Casemiro (Manchester United)
Éderson (Atalanta)
Gérson (Flamengo)
Andreas Pereira (Fulham)

Atacantes

Antony (Real Bétis)
Estevão (Palmeiras)
Gabriel Martinelli (Arsenal)
Matheus Cunha (Wolverhampton)
Raphinha (Barcelona)
Richarlison (Tottenham)
Vinicius Júnior(RealMadrid)

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