Depois de viver incertezas e virar alvo de críticas por parte da torcida na largada da temporada, a posição de goleiro no Ceará vem se mostrando assunto que inspira segurança nos últimos meses. A boa fase do setor passa por dois nomes: Bruno Ferreira e Fernando Miguel.
O primeiro, que foi dono da meta da equipe durante a arrancada para o acesso a Série A em 2024, assumiu a titularidade novamente em fevereiro após falhas e más atuações de Keiller, contratado pelo clube junto ao Internacional-RS.
Relevante nas finais do Campeonato Cearense e nas primeiras rodadas do Brasileirão, o camisa 94 teve de se afastar dos gramados após sofrer um trauma no quadril na partida contra o Vasco da Gama-RJ. No duelo diante do time carioca, o arqueiro de 40 anos chegou a sofrer um gol de Vegetti nos acréscimos, mas não comprometeu.
Desde então, o veterano se tornou peça crucial na ótima campanha do time no principal torneio do futebol brasileiro. Ao todo, são oito jogos disputados e elogios frequentes da torcida. Com ele debaixo das traves, o Ceará vem se provando um time seguro defensivamente — não à toa são apenas três gols sofridos em seis partidas na Série A com o goleiro em campo.
"Demos atenção aos goleiros, zagueiros, linha de defesa, linha de meio ajudando, compactando um pouquinho mais a equipe. Contra o Vitória e o Santos, terminamos com a baliza zero (sem sofrer gols). É importante para resgatar confiança, a gente fica feliz pela equipe", avaliou Léo Condé, técnico da equipe, após o empate com o Santos.
É válido ressaltar também que a boa fase de Fernando Miguel marca uma "volta por cima" na carreira do jogador. Isso porque ele não só chegou ao Ceará vindo do rival Fortaleza, como ainda tem uma idade avançada para a média dos atletas profissionais. Some-se a isso o fato de, com pouco tempo de clube, ele ter sofrido uma grave lesão no joelho esquerdo, ficando dez meses sem poder atuar.
No entanto, a posição de titular do arqueiro pode ser ameaçada durante a pausa para o Super Mundial de Clubes. O ex-dono da posição, Bruno Ferreira, retomou os treinamentos nos últimos dias e pode causar uma "boa dor de cabeça" para Condé. Richard, que não atua oficialmente desde o dia 18 de setembro de 2024, é outro que se recuperou de uma ruptura completa do tendão de Aquiles do tornozelo esquerdo e figura como concorrente no setor.
"Fernando Miguel, Bruno Ferreira e até mesmo o Richard são de nível muito próximos, então há uma proximidade muito grande esses três goleiros, não há uma discrepância tão grande de um goleiro perante ao outro. Cada um no seu estilo, cada um na sua característica, alguns com umas valências de mais agilidade, outro mais de posicionamento, outro mais trabalho com os pés. Eu manteria o Fernando Miguel até pelo excelente desempenho que ele assumiu a meta do clube desde quando chegou, porém, caso o Condé opte tanto pelo Bruno Ferreira ou até mesmo o Richard, não vai ser um erro na minha avaliação", avaliou Thiago Minhoca, comentarista da Rádio O POVO CBN.