O Fortaleza embarcou na tarde de ontem para uma das viagens mais determinantes de sua temporada até aqui. A delegação tricolor tem pela frente dois compromissos fundamentais — um com caráter decisivo, o outro com forte peso emocional.
Na quinta-feira, 29, o time comandado por Juan Pablo Vojvoda enfrenta o Racing, da Argentina, às 21h30min, no estádio El Cilindro, em Avellaneda. O confronto é válido pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores e vale uma vaga direta nas oitavas de final da competição continental.
O cenário é desafiador. O Leão chega à partida pressionado pela necessidade de vitória, já que está em disputa direta com o próprio Racing e também com o Atlético Bucaramanga, da Colômbia, pela classificação. Uma derrota pode empurrar o clube para os playoffs da Sul-Americana.
A partida acontece fora de casa, em um estádio historicamente hostil, contra um adversário tradicional, que lidera o Grupo H e costuma ser forte diante de sua torcida.
Imediatamente após a partida na Argentina, a delegação viaja direto de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, onde no domingo, 1º de junho, terá outro grande desafio: o Flamengo-RJ, no Maracanã, às 18h30min, em partida válida pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. A situação na tabela é preocupante: o time ocupa a 16ª colocação, com apenas 10 pontos somados, flertando perigosamente com a zona de rebaixamento.
Diante desse contexto, a preparação e a escolha do elenco para esses dois compromissos ganham ainda mais importância. Vojvoda relacionou 26 atletas para a viagem, buscando dar profundidade ao grupo e oferecer alternativas diante de prováveis desgastes físicos e exigências táticas diferentes entre os dois jogos.
Entre os nomes convocados, um dos destaques é o retorno de Matheus Rossetto. O meio-campista estava afastado dos gramados devido a um edema na coxa, que o tirou das últimas partidas.
Mas o que de fato chamou atenção foram as ausências — tanto pelas limitações que impõem quanto pelas interpretações que suscitam. Oito jogadores não embarcaram, e entre eles há casos distintos. Moisés, Bruninho, Rodrigo e Lucas Sasha seguem no departamento médico e têm as ausências justificadas por questões clínicas.
Por outro lado, quatro jogadores não viajam, apesar de estarem aptos para irem a campo, o que levanta especulações e questionamentos. São eles: Pol Fernández, Diogo Barbosa, Dylan Borrero e Felipe Jonatan.
Os dois primeiros, em especial, foram alvo de duras críticas da torcida após o fraco desempenho na derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, nesse domingo, 25, na Arena Castelão. Ambos foram vaiados intensamente e substituídos ainda no intervalo — algo raro na gestão de Vojvoda, que costuma manter seus titulares até momentos mais avançados das partidas.
A substituição precoce foi vista como um sinal claro da insatisfação com o rendimento da dupla. Pol Fernández chegou cercado de expectativas, com a pompa de ter sido capitão do Boca Juniors, um dos maiores clubes do Continente. No entanto, seu desempenho não correspondeu ao prestígio: são 24 jogos disputados, nenhum gol e três assistências. As atuações têm sido marcadas por lentidão, falta de intensidade e pouca efetividade no apoio ofensivo — características que destoam do perfil dinâmico que o meio-campo do Fortaleza exige.
Diogo Barbosa também está longe de convencer. Contratado para reforçar a lateral esquerda, soma 17 partidas e um gol, com atuações marcadas por falhas defensivas e pouca contribuição no ataque.
Para piorar, enfrenta forte concorrência na posição. Além de Bruno Pacheco, lateral de origem, Vojvoda já improvisou Eros Mancuso e Gastón Ávila no setor, sinalizando que busca soluções mais confiáveis.
A situação de Felipe Jonatan e Dylan Borrero é ainda mais delicada. Nenhum dos dois tem tido sequência sob o comando de Vojvoda. O lateral-esquerdo, inclusive, não é sequer relacionado há mais de dois meses — a aparição mais recente no elenco foi no dia 19 de março, na derrota por 2 a 1 para o Sousa-PB, pela Copa do Nordeste. Desde então, sequer figura nas listas de convocados. O meia-atacante colombiano jogou o equivalente a menos de um tempo na Libertadores e na Copa do Nordeste e sequer foi a campo entre Copa do Brasil e Brasileirão.
A sequência contra Racing e Flamengo pode servir como divisor de águas: dois bons resultados recolocariam o clube nos trilhos e dariam novo fôlego à comissão técnica. Por outro lado, dois tropeços consecutivos poderiam aprofundar a crise e obrigar a diretoria a repensar algumas escolhas feitas na montagem do elenco.
Goleiros
Brenno
João Ricardo
Magrão
Defensores
Bruno Pacheco
David Luiz
Brítez
Mancuso
Ávila
Mancha
Kuscevic
Tinga
Titi
Meias
Calebe
Martínez
Kervin
Lucca Prior
Pedro Augusto
Pochettino
M. Rossetto
Y. Pikachu
Zé Welison
Atacantes
Allanzinho
Breno Lopes
Deyverson
Lucero
Marinho