Pela segunda vez na história, o Fortaleza jogará as oitavas de final da Copa Libertadores. Na noite de ontem, o Tricolor do Pici até perdeu para o Racing no El Cilindro, em Avellaneda, na Argentina, por 1 a 0, mas manteve-se na segunda colocação do Grupo E do torneio continental. O Atlético Bucaramanga-COL, que disputava posição com o Tricolor do Pici, foi derrotado pelo Colo-Colo-CHI, beneficiando o time cearense.
Além da questão esportiva, já que iguala a campanha que protagonizou em 2022 — a melhor da história de um time do Nordeste —, o Leão também embolsou uma quantia relevante em premiação: US$ 1,25 milhão, equivalentes a R$ 7,1 milhões. Somando as demais bonificações, o clube cearense arrecadou, até agora, US$ 4,6 milhões (cerca de R$ 26 milhões).
O primeiro tempo do Fortaleza foi surpreendente, mas de forma positiva. Diferentemente dos jogos recentes, em que foi apático e totalmente desorganizado, desta vez, diante de um forte Racing, na casa do adversário, os comandados de Vojvoda mostraram outra postura: aguerridos e competitivos.
A mística em volta de jogos em estádios argentinos, de torcidas vibrantes e muita pressão do time mandante, não se confirmou. O Fortaleza soube neutralizar esses elementos a partir da estratégia sem bola que foram muito bem executadas. Com linhas compactas e postado na marcação em bloco médio, o time cearense conseguiu desmontar qualquer ideia ofensiva da Academia.
Com exceção de uma finalização, aos 9 minutos, de David González — defendida por João Ricardo —, o Racing não criou tantas situações de real perigo. Apesar da boa atuação do sistema defensivo, o Tricolor pecou nos momentos em que teve a posse. A equipe do Pici teve pouca criatividade nas articulações e mal assustou. Um chute de Marinho, aos 2 minutos, de fora da área, foi a melhor chance.
Enquanto isso, no Chile, o cenário perfeito para o Fortaleza se desenhava. O Colo-Colo abriu o placar aos 26 minutos e, não somente isso: o Atlético Bucaramanga, rival direto do Tricolor pela segunda colocação, teve um jogador expulso. Para os colombianos, só havia a opção de virar o jogo no segundo tempo e ainda torcer para o Leão ser derrotado.
Mas não foi esse o roteiro escrito. Lá na Argentina, o segundo tempo foi, em sua maior parte, morno e sem emoções. O Fortaleza manteve-se bem estruturado no campo de defesa e seguiu sem ceder espaços para o Racing atacar. Lá no Chile, o Colo-Colo continuou dominando e até chegou a fazer 2 a 0 no placar, mas o gol foi anulado por impedimento.
Vale ressaltar algumas boas atuações individuais do Leão. Jogadores como Bruno Pacheco e Pedro Augusto, dupla que tem tido pouco espaço em 2025, foram dos principais destaques do escrete vermelho-azul-e-branco. Brítez, escalado como lateral-direito, foi outra peça importante no ótimo desempenho defensivo da equipe, assim como o zagueiro David Luiz, responsável por vários cortes.
Nos acréscimos, entretanto, Adrian Martínez fez um belíssimo gol. A derrota, que marcou o quarto jogo seguido do Leão sem triunfo, não apaga o bom jogo coletivo do clube cearense. A fase não é fácil, mas o Tricolor já mostrou, em alguns raros momentos desta temporada, que pode jogar muito mais do que vem jogando no geral. Ontem foi um exemplo, apesar dos pesares.
Racing
3-4-3: Gabriel Arias; Marco Di Cesare, Agustin Basso, Santiago Sosa; Gastón Martirena, Juan Nardoni, Agustín Almendra (Richard), Gabriel Rojas; Adrian Fernández (Salas), Degregorio (Zaracho) e Adrian Martínez. Técnico: Gustavo Costa
Fortaleza
4-3-3: João Ricardo; Brítez, Kuscevic, David Luiz e Bruno Pacheco; Matheus Rossetto (Martínez), Pedro Augusto (Zé Welison) e Pochettino; Marinho, Breno Lopes (Lucca Prior) e Lucero (Deyverson). Téc: Vojvoda
Local: El Cilindro, em Avellaneda, na Argentina
Árbitro: Alexis Herrera (VEN)
Assistentes: Lubin Torrealba (VEN) e Antoni Garcia (VEN)
VAR: Juan Soto (VEN)
Gols: Adrián Martínez
Cartões amarelos: Adrian Martínez e Martirena (Racing); Brítez, Kuscevic e Prior (Fortaleza)