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PSG comemora título da Champions, em festa marcada por violência
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PSG comemora título da Champions, em festa marcada por violência

Parada na Champs-Élysées reúne multidão e marca conquista histórica, mas celebrações deixam dois mortos e centenas de feridos na França
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Lojas foram saqueadas na avenida Champs-Élysées (Foto: Romain Perrocheau /AFP)
Foto: Romain Perrocheau /AFP Lojas foram saqueadas na avenida Champs-Élysées

O Paris Saint-Germain (PSG) desfilou pelas ruas de Paris neste domingo, 1º de junho, para celebrar o título inédito da Liga dos Campeões da Europa, conquistado com uma vitória por 5 a 0 sobre a Inter de Milão, em Munique.

A comemoração oficial contou com um desfile em ônibus aberto pela emblemática avenida Champs-Élysées e uma apresentação no estádio Parc des Princes, mas a euforia foi ofuscada por episódios de violência registrados durante a madrugada.

Milhares de torcedores se reuniram nas ruas da capital francesa agitando bandeiras azul, vermelha e brancas, enquanto aguardavam a chegada do time. Quando o ônibus apareceu, os gritos tomaram conta da avenida.

O capitão Marquinhos ergueu o troféu da Champions diante da multidão e passou a taça para os companheiros de equipe. O técnico Luis Enrique também participou da festa, cantando com os torcedores, enquanto Ousmane Dembélé jogava beijos para o público.

De acordo com o jornal francês Le Monde Diplomatique, a celebração, no entanto, foi marcada por episódios graves durante a madrugada. A polícia francesa registrou a morte de um jovem de 17 anos na cidade de Dax, no sudoeste do país, após ser esfaqueado durante uma comemoração nas ruas. Em Paris, um homem de cerca de 20 anos morreu após ter sua motocicleta atingida por um carro; o motorista foi detido. Ambos os casos estão sob investigação.

Além das duas mortes, cerca de 200 pessoas ficaram feridas, sendo quatro em estado grave. Um policial atingido acidentalmente por fogos de artifício em Coutances, no noroeste da França, foi colocado em coma induzido por causa de lesões oculares graves.

Em Grenoble, nos Alpes franceses, um motorista atropelou um grupo de pessoas reunidas para comemorar o título, ferindo ao menos três. Também houve registro de confrontos com policiais e bombeiros atacados por torcedores exaltados.

O clube emitiu uma nota lamentando os episódios e condenando os atos violentos. “Este título deveria ser um momento de alegria coletiva. Esses atos isolados são contrários aos valores do clube e não representam a imensa maioria dos nossos torcedores”, afirmou o PSG.

Ao todo, 294 pessoas foram presas durante a noite, incluindo 30 que invadiram uma loja de calçados na Champs-Élysées. Dois carros foram incendiados perto do Parc des Princes. A Place de la Bastille, um dos pontos de maior concentração, foi palco de cenas intensas de celebração, com torcedores subindo no monumento central, soltando sinalizadores, dançando e cantando até a madrugada.

Em determinado momento, motociclistas deram voltas em alta velocidade ao redor do local, aplaudidos por quem assistia, e sem presença policial visível na área.

Ao jornal Le Monde, o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, informou que quatro lojas foram saqueadas e que os bombeiros ficaram sobrecarregados com o número de chamados para apagar incêndios em lixeiras. Em entrevista, ele culpou os “milhares de indivíduos que foram às ruas com intenção de cometer atos violentos” e lembrou que cenas semelhantes ocorreram em outras comemorações esportivas no país, como na conquista da Copa do Mundo de 2018.

Apesar da onda de violência, a expectativa das autoridades e do clube era de que o domingo fosse lembrado pela conquista histórica do PSG, que finalmente alcançou a glória europeia após anos de investimentos milionários.

O desfile reuniu cerca de 110 mil pessoas na avenida principal de Paris, em um domingo de trânsito bloqueado, com reforço policial e clima de festa entre os torcedores. A celebração se estendeu até o estádio do clube, onde houve show de luzes, música e a apresentação oficial da taça à torcida.

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