O Fortaleza até reagiu no segundo tempo, mas foi derrotado pelo Santos por 3 a 2, na Arena Castelão, na capital cearense, e amargou o quarto revés consecutivo na Série A do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Tricolor do Pici foi ultrapassada pelo Peixe na tabela, caiu para a 18ª colocação e ficará na zona de rebaixamento durante a pausa da competição para o Mundial de Clubes da Fifa.
Mais uma vez, os discursos pelas bandas do Pici, de mudança, não se refletiram dentro de campo, que é onde verdadeiramente importa. Mesmo com um intervalo de dez dias de preparação, entre descanso e treino, o Fortaleza foi, no primeiro tempo, aquilo que vinha sendo anteriormente: um time com jogadores individualmente sem confiança e totalmente desorganizado coletivamente.
Desta vez não dá para terceirizar culpados. Ontem, o técnico Juan Pablo Vojvoda teve uma grande parcela de culpa em mais uma atuação decepcionante do time. Mesmo com reforços disponíveis no elenco, como os meias Rodrigo e Matheus Pereira, o argentino optou por insistir naquelas que não vinham dando certo, como a dupla de volantes formada por Zé Welison e Martínez.
Taticamente, o comandante não conseguiu fazer evoluir praticamente nada na equipe. Ainda que o Leão do Pici tenha começado melhor a partida, pressionando e marcando em linhas altas, foi capaz de sustentar tal postura apenas por dez minutos. Aos 14, o Santos abriu o placar com Barreal, em jogada que escancarou a enorme fragilidade defensiva do clube cearense.
Em desvantagem, todo o roteiro de crise do Tricolor veio à tona. Jogadores visivelmente abalados, torcida impaciente e quase nenhum poder de reação. Aquela frase “quando a fase não é boa…” piscava na cabeça de muitos tricolores quando a finalização de Deyverson, caprichosamente, carimbou o travessão. O Peixe, também em crise, primou pela eficiência.
Dois minutos depois do lance de Deyverson, o time paulista ampliou o placar. Na jogada, Souza cobrou lateral para Tiquinho Soares, que, dentro da grande área, fez o pivô e escorou para Guilherme. O atacante ex-Fortaleza, com total liberdade, finalizou para o fundo das redes. O gol, por si só, foi completamente constrangedor para os defensores do Leão.
E aí, vieram as já tradicionais vaias dos torcedores em jogos do Fortaleza na Arena Castelão, algo que tem se tornado corriqueiro. Após o intervalo e as conversas no vestiário, Vojvoda julgou desnecessário realizar mudanças para o segundo tempo. O time, inevitavelmente, seguiu inoperante. Aos 14, enfim, ele resolveu trocar peças.
Foi ali que o jogo mudou em favor do Tricolor. As entradas de Calebe e Pikachu nos lugares de Martínez e Marinho, respectivamente, melhoraram a equipe no momento de posse de bola. Ainda assim, o cenário continuava difícil, já que o Santos, totalmente recuado, resistia. Entre os 23 e 25 minutos, dois pênaltis seguidos pareciam desanuviar o destino do Leão.
Pikachu assumiu a responsabilidade das duas cobranças e converteu ambas. Os gols mudaram o ambiente no Castelão. A torcida se agitou e passou a jogar junto com o time, que cresceu de rendimento. Foi, porém, apenas um suspiro de esperança. No fim, já nos acréscimos, Rollheiser — o melhor em campo — marcou o terceiro do Santos e deu números finais ao duelo. Pois é, quando a fase não é boa…
Fortaleza
4-3-3: João Ricardo; Brítez, David Luiz, Gustavo Mancha e Bruno Pacheco; Zé Welison, Martínez (Calebe) e Pochettino; Marinho (Pikachu), Deyverson (Lucero) e Breno Lopes (Lucca Prior). Téc: Vojvoda
Santos
4-3-3: Gabriel Brazão; Souza (Zé Ivaldo), João Basso, Luan Peres e Escobar; Diego Pituca (Gabriel Bontempo), Zé Rafael (João Schmidt) e Rollheiser; Barreal (Deivid), Guilherme e Tiquinho Soares (Thaciano). Téc: Cléber Xavier
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Árbitro: Paulo César Zanovelli (MG)
Assistentes: Felipe Alan Costa (MG) e Celso Luiz da Silva (MG)
VAR: Rafael Traci (SC)
Gols: Barreal (14MIN/1T), Guilherme (40MIN/1T), Pikachu (23MIN/2T e 25MIN/2T) e Rollheiser (48MIN/2T)
Cartões amarelos: Marinho, David Luiz, Bruno Pacheco e Zé Welison (Fortaleza); Rollheiser e João Schmidt (Santos)
Público total: 20.381 pessoas
Renda bruta: R$ 294.783,00