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Como centro de saúde do Ceará atua para prevenir e acelerar recuperação de lesões
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Como centro de saúde do Ceará atua para prevenir e acelerar recuperação de lesões

Coordenado por André Martins, Cesp recebe investimento de mais de R$ 500 mil em 2025, estabelece protocolo para atletas e cria fluxo com comissão técnica: "A gente precisa ajudar o time a ganhar jogo"
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André Martins, chefe do Centro de de Saúde e Performance do Ceará (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA André Martins, chefe do Centro de de Saúde e Performance do Ceará

Para solucionar o antigo problema de constantes lesões e lidar com o apertado calendário do futebol brasileiro, o Ceará investiu em pessoas, estrutura e tecnologia para aprimorar o Centro de Saúde e Performance (Cesp), em Porangabuçu. O objetivo principal é prevenir contusões, oferecer as melhores condições para tratamento em um período mais rápido e colocar os atletas à disposição para atuar em alto nível.

O Esportes O POVO entrevistou o coordenador do setor, André Martins, e visitou as instalações. Os jogadores têm um protocolo a seguir desde a hora em que acordam até o momento de deixar o clube, assim como os profissionais se guiam pelos dados para definir os trabalhos. O chefe do Cesp explicou que a integração e o fluxo de informações é uma das funções do departamento.

"A gente precisa ajudar o time a ganhar jogo", aponta André. "Um dos principais valores que a gente tem quando chega no clube, quando pisa aqui no clube, é esse. Isso aí é o que sustenta a nossa existência", reconhece o profissional, que é fisiologista, já tinha passado pelo Vovô outras duas vezes e retornou no início deste ano depois de duas temporadas no Athletico-PR.

O Cesp engloba departamento médico, fisioterapia, fisiologia, preparação física, odontologia, nutrição, psicologia, psiquiatria e serviço social, além de massoterapia e podologia. As salas e os setores ficam próximos uns dos outros, facilitando o trajeto do jogador ao chegar a Porangabuçu. O projeto é unir a academia à fisioterapia e criar uma nova "área molhada", com piscinas e banheiras de hidromassagem.

Ao acordar, cada jogador do Vovô deve preencher um questionário de forma virtual, com informações sobre a qualidade do sono, se sente dores e o nível de fadiga, por exemplo. "O nível de profissionalismo hoje dos nossos atletas é muito alto", destaca André Martins. A partir daí, os fisiologistas definem a carga de trabalho específica para cada um neste dia.

O "tour" dos atletas começa pelo refeitório, onde fazem o lanche da tarde, passa pela sala da nutrição, onde ingerem suplementos, vão à fisiologia para avaliações físicas e iniciam o trabalho na academia — também há um espaço de pilates disponível. Após a atividade, têm à disposição uma sala de massoterapia e a fisioterapia para a recuperação. O setor de psicologia também fica a postos para as demandas, a exemplo do departamento médico.

Além de quadros com informações dos jogadores nas salas, os monitores de TV ou computadores também exibem em tempo real os dados sobre situação física, calendário de partidas, minutagem de jogos... E tudo é compartilhado com a comissão técnica. "Também não adianta a gente ter as melhores ferramentas, as melhores estruturas, e não ter uma comissão que respeita e que entende isso. E a comissão do Leo Condé, para mim, é uma referência hoje no Brasil nisso daí", exalta o chefe do Cesp.

Para reduzir o número de lesões, minimizar os riscos e aprimorar a recuperação dos contundidos, o Ceará investiu mais de R$ 500 mil no primeiro semestre de 2025, entre o elenco profissional e as categorias de base. A Cidade Vozão, em Itaitinga, ganhou um ultrassom, assim como GPS "top mundial", que já era usado pelo time principal. Em Porangabuçu, os atletas fazem a recuperação pós-jogo e pós-treino com botas desenvolvidas para Cristiano Ronaldo — e vendidas por uma empresa da qual o astro português é sócio.

"É um valor muito expressivo. Isso é legal porque a diretoria comprou essa ideia, entendeu a importância. A maioria dos equipamentos que a gente comprou é com foco em recuperação e tratamento e prevenção dos atletas", explica André Martins. "O Ceará é muito bem dotado de tecnologias. E o que a gente não tem, a gente sabe que precisa ter", garante.

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