O acesso conquistado neste final de semana pelo Fortaleza ainda reverbera dentro do Tricolor do Pici, especialmente para as atletas que defendem as Leoas. Ontem, a meia-atacante e artilheira do clube na atual temporada, Geovana Alves — conhecida como Jhow —, salientou o êxtase que sentiu um dia após entrar na história do Leão ao ajudar a colocar o time na elite do futebol feminino.
“A ficha demorou a cair um pouquinho. Hoje de manhã tive flashes do jogo e pensei: ‘Caramba, o Fortaleza está na primeira divisão’. Era algo que a gente estava lutando desde janeiro. Ainda estou em um êxtase inexplicável”, afirmou a jogadora, em participação no programa "Esportes do POVO", na rádio O POVO CBN.
Tal êxtase foi alcançado com o apoio de 1.846 pessoas que estiveram presentes no estádio Presidente Vargas. Ainda que seja uma média baixa para o futebol masculino — mas não para o futebol feminino —, Jhow frisou o quão foi diferente para o elenco ter, desde o aquecimento, o empurrão da torcida, e como foi gratificante receber a vibração das arquibancadas para sustentar o resultado e ganhar confiança para buscar o acesso.
"Tava lotado. Muita gente. Um frio na barriga constante, mas diferente, pois a gente se olhava e até quem estava aqui antes sentiu uma vibe diferente. Ali a gente já sentiu: é nosso. Tava tudo conspirando ao nosso favor, que o Fortaleza fosse subir para A1. (...) Eu tenho uma carreira longa, tenho 33 anos, mas a sensação é diferente. Eu me senti uma atleta lisonjeada vendo todo mundo de vermelho e azul, torcendo, aquela bateria, os mascotes", disse ela.
O acesso conquistado passou bastante pelos pés da camisa 18 já que, de 22 gols marcados, 6 vieram dos pés dela. Jhow salientou que tinha um pé atrás com o Fortaleza em termos de estrutura pelo fato de o time nunca ter jogado a Série A1, mas que se surpreendeu positivamente com todo o suporte dado.
“(Eu) Estava em um clube da Série A1 e vim de outros times em que a estrutura era boa. E quando cheguei aqui, levei um susto, de forma positiva, porque foi tudo o que eu não esperava: a estrutura, o carinho, as pessoas. Estou amando a cidade”, detalhou.
Tal estrutura será primordial para que o clube busque voos mais longos no final do mês, quando retornará aos treinos para disputar a terceira fase da Copa do Brasil — ainda sem rival definido — e também as semifinais da A2 diante do Botafogo-RJ. São dois jogos que, para ela, serão como duas guerras que o Fortaleza tem a capacidade de sair vitorioso.
"Vamos descansar, voltar em 20 dias e encarar dois clubes que já estão acostumados a jogar o Campeonato Brasileiro Feminino A1. Serão mais duas guerras e estamos com foco em tentar buscar esse título. Não é impossível. Estamos tendo um trabalho duro e conseguimos, sim, coroar o Fortaleza com esse título", disse a camisa 18.