Depois de estrear como técnico do Fortaleza no empate com o Bahia no sábado, 19, o português Renato Paiva terá dias importantes pela frente até o embate contra o Red Bull Bragantino, marcado para sábado, 26, na Arena Castelão.
Com a semana livre para treinamentos, o comandante de 55 anos terá tempo para tentar implementar seu modelo tático e sua filosofia de trabalho. Adepto do jogo posicional, que tem como características vitais a ocupação dos espaços, superioridade numérica nas zonas e extremos colados na beira do campo, ele deve promover mudanças na estrutura da equipe.
Contra o Esquadrão, devido ao pouco tempo de intervalo entre sua chegada na quinta-feira e o duelo, o foco do treinador foi a parte comportamental dos jogadores, que teve melhora em relação aos últimos compromissos.
Mais confiante e propositivo, o Fortaleza teve uma apresentação consistente no primeiro tempo. Não à toa abriu o placar e teve chances de ampliar. Na segunda etapa, no entanto, o ímpeto não seguiu o mesmo e o time acabou sofrendo o gol de empate. Para Paiva, o 'recuo' foi natural por conta do contexto de pressão e jejum de vitórias.
"Nós começamos a recuar um pouco mais do que devíamos, sem ser a minha intenção, mas é emocional nos jogadores. Como não ganham há algum tempo, foram tentando defender essa vantagem. (Essa) Não é a forma que eu gosto de defender porque o adversário vai se aproximar muito da nossa área. Depois há também algum cansaço nas pernas dos jogadores. O que eu destaco aqui é, depois do gol, a nossa reação. O normal seria a equipe baixar, mas reagimos e encontramos duas oportunidades muito claras que não conseguimos materializar", comentou o português em entrevista coletiva pós-jogo.
Um dos pontos que será trabalhado por Paiva ao longo da semana é a saída de bola do time, que chegou a falhar algumas vezes contra o Bahia. A solidez do meio-campo e a entrega física dos pontas também devem ser abordadas.
"O Vojvoda tem algumas ideias diferentes das minhas, nem melhores, nem piores, mas diferentes. Tenho que ver o tempo que tenho para trabalhar e quais critérios e conteúdos que vou alterar. Por exemplo, esta saída de bola apoiada leva muito tempo para se fazer, e nesta semana vamos aproveitar para trabalhar aquilo que considero fundamental e acrescentar aquilo que o Vojvoda já tinha trabalhado, para que assim exista uma melhora", disse Renato.
Ao todo, serão cinco dias para realizar ajustes e deixar a equipe "com mais cara" do novo técnico. Décimo nono lugar na Série A, o Fortaleza encara o Red Bull Bragantino, que briga pelo G-4, com a urgência de conquistar uma vitória para retomar os bons ventos no Pici e iniciar a reação contra a zona de rebaixamento.