A derrota para o Grêmio-RS, na terça-feira passada, em Porto Alegre (RS), representou o primeiro revés do técnico Renato Paiva à frente do Fortaleza. Apesar de o período no Pici ainda ser curto, marcado por três jogos — recorte que conta também com um empate e uma vitória —, um aspecto certamente está em evidência para o português: os problemas no sistema defensivo do time.
Considerando os 11 jogos mais recentes que disputou — oito deles ainda com o argentino Juan Pablo Vojvoda no comando técnico —, o Tricolor do Pici levou gols em todos. Foram 22 tentos sofridos nesse recorte, o que representa uma média de dois por partida. No período, a equipe amargou oito derrotas, dois empates e obteve uma única vitória, contra o RB Bragantino-SP.
O número expõe a enorme fragilidade da defesa do Fortaleza nesta temporada. Na Série A do Campeonato Brasileiro, por exemplo, o escrete vermelho-azul-e-branco é o terceiro mais vazado entre todos os times, com 23 gols tomados, ficando à frente no ranking apenas do Sport-PE (25), que é o lanterna do torneio, e do Juventude-RS (35), que é o vice-lanterna.
Na elite nacional, inclusive, a última vez que a defesa do Fortaleza terminou uma partida ilesa foi no dia 10 de maio, ou seja, há quase três meses. Naquela ocasião, o Tricolor venceu o Juventude por 5 a 0. Nos três jogos seguintes, entretanto, a equipe cearense levou dez gols: três contra o Vasco-RJ, dois contra o Cruzeiro-MG e cinco contra o Flamengo-RJ.
Em sua chegada ao Leão, Renato Paiva mudou os laterais em todos os três jogos em que esteve na beira do campo, mas manteve a mesma dupla de zaga: Kuscevic e Gastón Ávila. No lado direito, o português já utilizou Brítez, Tinga e Eros Mancuso, enquanto que, pela esquerda, Diogo Barbosa, duas vezes titular, e Bruno Pacheco ganharam oportunidades.
Apesar da rotação entre os laterais, a maior dor de cabeça do treinador certamente está debaixo da baliza. Sem João Ricardo e Brenno, que são os principais goleiros do plantel e estão lesionados, Magrão se tornou o nome da posição, embora o clube tenha ido ao mercado da bola e contratado Vinícius Silvestre.
Diante do Grêmio, a atuação de Magrão, marcada por dois pênaltis cometidos em um intervalo de seis minutos, gerou questionamentos. No banco, além de Vinícius Silvestre, Paiva também conta com o jovem César. Em coletiva, o treinador preferiu não individualizar erros cometidos no jogo em Porto Alegre e destacou que as falhas foram “coletivas”.
“Poderia dizer que é um erro individual, mas vou dizer que é um erro coletivo. A bola chega à área porque deixamos que chegasse e criamos condições para que ela chegasse. E não gosto de individualizar as ações. Não gosto, sinceramente. O erro é coletivo. Os dois gols refletem a nossa má entrada no jogo”, disse.